O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira (16) que a disputa interna do PSL entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e do presidente da sigla, Luciano Bivar (PE), não pode afetar as votações da Casa.
“O que nós não podemos é deixar que a crise do PSL contamine o plenário da Câmara dos Deputados. O que eu tenho dito é que todos nós estamos em uma canoa, que é a recuperação econômica do Brasil… E a gente não pode deixar que essa briga contamine, como quase contaminou ontem, a votação da medida provisória”, afirmou.
Na noite de terça-feira (15), durante a votação da MP que reorganizava competências da Casa Civil e da Secretaria de Governo, o PSL orientou sua bancada a obstruir o pleito. O projeto, contudo, foi aprovado mais tarde com a orientação favorável da sigla do presidente.
O líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), chegou a explicar o ocorrido em conversa com jornalistas. Ele disse que não se tratava de uma possível resposta a Bolsonaro, e sim que os congressistas da bancada estavam reunidos para debater as questões relacionadas à crise e, por isso, não poderiam estar presentes naquele momento em plenário. Por isso a obstrução.
Parte da bancada soltou nota depois dessa reunião, reiterando o apoio tanto a Bolsonaro quanto a Bivar.
Para Maia, desentendimentos dentro de partidos, ainda mais 1 como o PSL, que cresceu muito rapidamente, acontecem. Ele exaltou ainda a atuação dos outros deputados que, mesmo com essa questão, deram mais uma vitória para o governo.
“Briga da partido sempre existe. Não é que seja natural, mas acontece. Briga por espaço político, por poder. Ainda mais em 1 partido novo. Novo que eu digo é com muitos deputados novos, que têm eleições que foram construídas de forma completamente divergente. Gera 1 atrito”, comentou.
Ele disse que a votação desta 3ª feira provou que a Câmara não se deixou afetar pela crise do PSL, a maior bancada da Casa.
Projeto das armas
Rodrigo Maia afirmou que teve nessa 3ª feira uma “boa reunião” sobre o tema e que foram retiradas várias partes controversas do texto. O combinado, segundo ele, é votar na próxima semana.
O deputado, contudo, admite que esse tema é muito difícil para a deliberação da Casa. “Eu, pessoalmente, tenho muita dificuldade na questão das armas. Então a gente tem que tomar muito cuidado para não errar. Certamente armar a população não vai resolver o problema da segurança pública no Brasil”, completou.
A ideia é que o relator leia seu novo parecer nesta quarta-feira (16) para que os congressistas conheçam o texto e votem a matéria na próxima semana.