O procurador-geral da República, Augusto Aras, decidiu exonerar o general Roberto Severo Ramos, que foi nomeado assessor Especial para Assuntos Estratégicos do Ministério Público Federal (MPF). Ramos estava há uma semana no cargo, mas como publicou o jornal Correio Braziliense, a permanência dele no posto ainda não estava garantida.
Além de motivos pessoais para não ficar no cargo, Severo não tinha o aval do presidente Jair Bolsonaro, embora tenha sido indicado pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão. A nomeação dele ocorreu para que o militar comandasse uma série de auditorias para avaliar contratos, licitações e benefícios pagos a procuradores na gestão da ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge.
Além disso, de acordo com fontes ouvidas pelo Correio, também estaria na mira das auditorias, um eventual sistema de grampos contra procuradores e servidores, que supostamente teria sido criado na gestão de Rodrigo Janot e permanecido nos últimos dois anos.
A presença de Severo, assim como as acusações de vigilância, geraram tensão entre integrantes das gestões anteriores e a atual, o que motivou pedidos de exoneração. Antes de ingressar na PGR, o militar teve uma breve passagem como secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, quando ela era chefiada por Floriano Peixoto, entre maio e exonerado e junho deste ano. Antes disso, foi chefe de gabinete do ex-ministro Eliseu Padilha na Casa Civil.
Oficialmente, a PGR nega que a suposta existência de um sistema de grampos esteja na mira da gestão atual, e diz que o assunto “é antigo e já foi respondido pela PGR”.