Formado pela Universidade Federal da Bahia e professor de direito há 45 anos na instituição, o vereador Edvaldo Brito (PSD) protestou da tribuna da Câmara Municipal de Salvador, na sessão desta quarta-feira (2), contra o que chamou de desmonte do ensino superior pelo governo federal. Para exemplificar ele exibiu a matéria do jornal Correio, com o título “Direito da UFBA na escuridão”, relatando as consequências dos cortes de recursos nas universidades federais. “Esta faculdade me deu rágua e compasso”, frisou.
Às vésperas de completar 82 anos de idade, o vereador conclamou todos os colegas a se envolverem na luta em defesa do ensino público de qualidade: “O único presente que eu desejo é que a Câmara se solidarize com o reitor João Carlos Sales, com o diretor da Faculdade de Direito, Júlio Rocha, e com o povo da Bahia”.
Pacote de maldades
O presidente da Câmara, vereador Geraldo Júnior (SD), apoiou a manifestação de Edvaldo Brito: “Esta é uma luta que merece o respeito e atenção de todos os vereadores desta Casa”.
Vários vereadores se associaram ao pronunciamento de Edvaldo Brito. O presidente da Comissão de Educação, Toinho Carolino (Podemos), classificou como absurdo o descaso com o ensino superior. E atacou: “O presidente Bolsonaro não tem o mínimo bom senso e responsabilidade com a educação pública do país”.
Segundo Odiosvaldo Vigas (PDT), o governo federal está “destruindo a educação pública com o propósito de manter suas ideologias”. E protestou contra os “palavrões” ditos pelo presidente da República em entrevista sobre a importância da exploração de recursos minerais. Os vereadores Marcos Mendes (PSOL) e Marta Rodrigues (PT) revelaram ter participado de manifestação na Reitoria da UFBA em defesa da educação e divulgaram a realização de ato público nesta quinta-feira (3), às 9h, no Campo Grande, em defesa da universidade pública.
Suíca (PT) lembrou que o governo federal editou um “pacote de maldades”, incluindo cortes de valores e perseguições, “comprometendo a formação de milhares de estudantes”. Ele denunciou também o retrocesso em relação aos Institutos Federais de Educação. “Esse desgoverno não respeita sequer a vontade democrática das comunidades, elegendo interventores para a direção dos institutos”, comentou.
Também professor universitário, o vereador Sílvio Humberto (PSB) frisou que “não dá para imaginar um país onde o presidente tem como meta destruir a universidade”. E acrescentou: “Estamos caminhando para um beco sem saída. Os cortes atentam contra a soberania nacional, porque sem investimentos em ciência, tecnologia e inovação não teremos desenvolvimento”.