A Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras na Bahia será oficializada, nesta segunda-feira (23), às 9h, no auditório jornalista Jorge Calmon, na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), em ato público que reunirá deputados estaduais e federais, prefeitos e sindicalistas baianos. São aguardadas também as presenças do governador Rui Costa (PT) e do senador Jaques Wagner (PT). O evento foi proposto pela bancada do PT, por meio de requerimento apresentado pelos deputados Robinson Almeida e Rosemberg Pinto, e construído com o apoio do Sindicato dos Petroleiros na Bahia (Sindipetro) após a estatal anunciar que pretende encerrar suas atividades no Estado.
Na Bahia, a empresa tem mais de 20 mil trabalhadores, entre concursados e terceirizados. A Petrobras movimenta mais de R$ 3,5 bilhões por ano e responde por 15% da atividade econômica do Estado. “Devemos aglutinar força social e política, nessa frente ampla e apartidária, para evitar que a Petrobras saia da Bahia. O petróleo foi descoberto no Lobato, em nosso Estado, fator importante para o nascimento e construção da estatal. A Petrobras tem essa dívida com os baianos, não podemos perder a principal empresa brasileira. Isso causaria um prejuízo imensurável à economia, à sociedade e também para os municípios e o setor industrial baiano”, afirma Robinson Almeida, que acusa o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de “perseguir” a Bahia e o Nordeste.
Para Rosemberg, que lidera a bancada da Maioria, será uma grande mobilização na Assembleia Legislativa. “O governador Rui Costa e o presidente da Casa, Nelson Leal (PP), estão lutando para tentar reverter essa decisão da saída da Petrobras da Bahia, o prefeito de Salvador também deve se incorporar a essa luta. Não tem justificativa. Independente desse debate se houve ou não corrupção, e tem que coibir a corrupção em todas as instâncias, mas o que não podemos permitir é que, a partir desse argumento, se destrua um patrimônio que é dos brasileiros. Serão 6 mil postos de trabalho perdidos na cidade do Salvador”, alertou o líder governista.
“Nossa intenção é conseguir o maior número possível de apoio para essa causa, pois não se trata apenas dos empregos dos petroleiros, mas da economia do Estado. Nos anos de 2012 e 2013, a Petrobras já chegou a investir na Bahia cerca de R$ 1 bilhão por ano, gerando emprego e renda”, observa Jairo Batista, coordenador do Sindipetro Bahia. Segundo ele, apenas com o salário dos trabalhadores concursados da Petrobras são injetados R$ 80 milhões por mês na economia baiana.
O diretor de Comunicação do Sindicato dos Petroleiros, Radiovaldo Costa, avalia que a decisão do governo federal é política e, se efetivada, causará forte “impacto” na economia dos municípios baianos. “Na nossa visão, o estado da Bahia vai pagar por isso. Os empregos diretos e indiretos, as cidades onde têm contratos terceirizados, o impacto nos municípios da Bahia. A gente não sabe quantificar, mas no médio e longo prazo vai trazer um forte impacto”, pontua o sindicalista.