Petistas dizem segundo o jornal Tribuna da Bahia que não sabem o que o governador Rui Costa (PT) terá que fazer para recuperar o prestígio sobre a sigla depois da polêmica entrevista que concedeu à revista Veja criticando, entre outras posições do partido, a defesa do Movimento “Lula Livre”. Rui tomou as mais diversas bordoadas da militância petista desde a sexta-feira passada, quando o teor da entrevista veio à tona.
No domingo (15), no entanto, quando se imaginava que a discussão havia amainado, uma nota da executiva nacional do PT, criticando abertamente o governador e ainda condenando a antecipação do debate sobre a presidência da República, acabou provocando o recomeço dos ataques, mostrando que Rui tem pouca gente disposta a defendê-lo no partido, mesmo sendo o governador da Bahia.
Houve no PT quem atribuísse ao afastamento do senador Jaques Wagner a cilada em que Rui Costa (PT) caiu ao conceder a entrevista à Veja, que o colocou no centro das atenções dentro da agremiação. Para esse time, a opção de Rui por afastar-se de Wagner acabou deixando-o sem orientação política e permitindo que cometesse deslizes, como falar com a Veja sobre assuntos tão delicados neste momento.
Palavrão de Lula
Há notícias – que não se sabe se são verdadeiras, dado o grande número de versões surgidas sobre o fato, de que o ex-presidente Lula teria comandado o contra-ataque ao governador da Bahia por causa da revista Veja, cobrando de Gleisi Hoffman, presidente nacional do partido, uma dura resposta da executiva a ele. Quem defende esta versão, disse que Lula teria dado um palavrão ao receber a revista Veja com a entrevista.
Bate-boca
Antes de soltar uma nota defendendo-se da dura nota emitida pela direção do PT contra sua entrevista à revista Veja, o governador Rui Costa (PT) envolveu-se em vários bate-bocas nas redes sociais com petistas que o atacaram, até que sua equipe achou por bem recomendar que seria melhor recuar e emitir um documento que resumisse seu pensamento.
Afastados
Chamou a atenção dos petistas o silêncio sepulcral em que o senador Jaques Wagner mergulhou ante a saraivada de críticas que o governador Rui Costa levou por causa da entrevista à Veja. Para a maioria dos petistas consultados ontem pela coluna, a postura distante de Wagner, de quem assistia a tudo de camarote, só mostrou o quanto os dois andam, efetivamente, afastados.
Só três
Dos 28 membros da executiva nacional do PT, apenas três não assinaram o documento em que o comando do partido dá uma verdadeira reprimenda pública no governador Rui Costa (PT) por conta de sua entrevista à Veja, na qual criticou, entre outras posturas da sigla, o movimento “Lula Livre”. Foram eles o baiano Ivan Alex, secretário de Movimentos Sociais, o mineiro Romênio Pereira, secretário-geral, e o paulista Emídio de Souza, tesoureiro da agremiação.