Uma operação nacional de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro deflagrada pelo Ministério Público nesta última quinta-feira (12) resultou em 38 prisões e na apreensão cerca de R$ 650 mil em dinheiro, de 11 mil litros de combustíveis clandestinos e de farta prova documental, equipamentos eletrônicos e armas de fogo.
A ação cumpriu 126 mandados judiciais e aconteceu em 27 cidades de 11 estados: Acre, Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Articulada pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC) e realizadas pelos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) dos Ministérios Públicos nos estados, a operação combateu crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, peculato eletrônico, participação em organização criminosa, associação criminosa, fraude à licitação, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, falsidade ideológica e material e fraude processual praticados por servidores públicos e particulares. Participaram da ação 72 promotores de Justiça de todo o país.
Segundo o presidente do GNCOC, o procurador-geral de Alagoas Alfredo Gaspar Neto, a corrupção é “a maior assassina do futuro do Brasil”. “Hoje o Ministério Público brasileiro deu mais uma resposta àqueles que teimam em permanecer na impunidade. Não haverá futuro para o nosso país com a continuidade de desvios desta natureza. Está na hora de, cada vez mais, haver uma união entre as instituições para o combate firme e incansável de atos de corrupção e da impunidade”, disse ele. “Realizarmos este tipo de operação nacional é um desafio do Ministério Público brasileiro e também uma necessidade, para que haja o desmantelamento destes núcleos criminosos perenes que estão destruindo o nosso país”, afirmou a coordenadora do Grupo Temático de Enfrentamento à Corrupção e Lavagem de Dinheiro do GNCOC, promotora de Justiça Ana Emanuela Meira.
Bahia
Na Bahia, a operação “Freio de Arrumação” combateu crimes cometidos por servidores públicos e particulares que realizavam diversas fraudes relacionadas a infrações de trânsito e pontuações em Carteiras Nacionais de Habilitação em Salvador. A investigação realizada pelo Ministério Público, por meio do Gaeco, com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) e da PRF, identificou a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato eletrônico, falsidade ideológica e material e associação criminosa que tinham como finalidade a suspensão, cancelamento, anulação e/ou baixa de autuações por infrações de trânsito (multas); mudanças ilegais na categoria da CNH; e decisões de recursos administrativos e outros procedimentos irregulares. Um servidor público do Detran foi preso. Também foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e dois mandados de exibição de documentos públicos nos órgãos públicos de trânsito da capital baiana.