Cerca de 100 pessoas participaram da audiência pública que debateu a obra de requalificação da orla de Stella Maris e Ipitanga. A atividade, promovida pela Ouvidoria da Câmara Municipal, em parceria com a Associação Stella4Praias, foi realizada na manhã desta terça (10) no Hotel Catussaba Business.
As obras de requalificação anunciadas pelo prefeito ACM Neto (DEM), segundo os moradores das localidades, têm causado preocupações, por este motivo, eles reivindicaram junto à Ouvidoria a realização da audiência pública. De acordo com a vereadora e Ouvidora-Geral da Câmara, Aladilce Souza (PCdoB), a audiência buscou intermediar as demandas dos moradores junto aos representantes do Executivo.
“Nenhuma obra realizada na cidade, mesmo que carregada de boas intenções, deve ser executada sem antes ouvir a população local, que é quem conhece as particularidades dos bairros e que são diretamente atingidas”, afirmou Aladilce.
Para a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Tania Scofield, fazer um projeto de requalificação de orla não é uma tarefa simples, “porque buscamos aliar o saber técnico ao saber da comunidade”, pontuou. Ela completou sobre a metodologia do processo. “Fizemos a primeira reunião no final de setembro de 2014, onde tínhamos uma planta. Na primeira oficina nós fizemos o diagnóstico, onde dividimos em cinco grupos, em que cada um recebia a planta e assinalava todos os problemas que viam nessas áreas”, acrescentou.
Alberto Azevedo, representando a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), afirmou que a obra buscará valorizar o bairro e seus moradores. “Vamos ter um escritório social em Stella para ouvir os anseios da população. Nas obras haverá uma supervisora que terá a responsabilidade ambiental, que observará as ações mitigadoras” comentou.
Já Carla Circenis, da Associação de Surf e Ecologia de Stella Maris e moradora do bairro, relatou preocupações em relação ao projeto e os impactos ambientais. “Esse movimento começou através de nós moradores para acompanhar todo o desenvolvimento da obra. Uma das nossas preocupações vem com o fato dos extravasores estarem diretamente na saída da laguna de Stella, causando grande impacto poluente no mar e em nossas atividades”, comentou.
A audiência também contou com a participação da presidente da Associação Stella4Praias, Clarice Bagrichevsky; o conselheiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (Departamento Bahia), Carl Von Hauenschild; do vereador Marcos Mendes (PSOL); além de demais moradores e comerciantes que puderam expor preocupações e tirar dúvidas.