O flerte do presidente nacional do DEM, ACM Neto, com o presidenciável Ciro Gomes (PDT) deverá ter novos capítulos nos próximos dias, apesar do descontentamento de muitos democratas com a aproximação.
Com o mau desempenho obtido pelo pré-candidato do partido à Presidência, Rodrigo Maia, nas pesquisas, o Democratas sabe que precisará estudar alianças e avaliar o cenário “menos pior” para o partido.
A opção mais natural seria apoiar o postulante do PSDB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. O tucano, no entanto, ainda não decolou nas pesquisas, o que causa preocupação.
Para completar, no Nordeste, o prefeito de Salvador teria a responsabilidade de “puxar Alckmin para cima”, o que não se aplica a Ciro, com trajetória política construída na região. O fato do pedetista ser um “representante do Nordeste” poderia ainda render benefícios futuros a Neto.
No Carnaval deste ano, ao ser questionado sobre a possibilidade de composição com o PSDB, o prefeito disse não guardar “mágoa” pela chapa “puro sangue” presidencial tucana em 2014 (Aécio Neves-Aloysio Nunes), mas provocou os aliados.
“Em determinado momento, acho que o PSDB se achou forte demais, cometeu erros, que depois significaram quatro derrotas consecutivas para o PT”, declarou na ocasião.
A favor de uma aliança do DEM com Ciro pesariam ainda os novatos na legenda egressos do PSB, sigla que o presidenciável já disse priorizar nas conversas para as composições.
O arranjo, porém, não é fácil: o pedetista não é considerado alguém “fácil de assimilar” e muita gente no Democratas não quer ver Ciro “nem pintado de ouro”.
É o caso, por exemplo, de Ronaldo Caiado, líder da legenda no Senado e tantos outros lideres do DEM.
Por Rodrigo Aguiar