Quem anda pelas ruas de Salvador talvez não tenha noção dos grandes e importantes monumentos de personalidades negras espalhados pela capital baiana.
Com o objetivo de fomentar a cultura, a visitação e a manutenção da história negra na cidade, o vereador Sílvio Humberto (PSB), apresentou o projeto de indicação 545/19, por considerar a importância de informar a sociedade civil sobre a rota das memórias negras, como uma espécie de embarque em uma viagem pela história dos negros (as) no Brasil e as descobertas dos encantos da cultura deixada.
“Essa rota foi importante para fundamentar um projeto de educação patrimonial para a memória negra de Salvador e reivindicar a administração pública perante a preservação e valorização da nossa cultura. É de extrema importância assegurar a nossa cultura e a nossa humanidade. Se você não valoriza a memória do seu povo, você não tem futuro.
Neste período conflituoso, onde as políticas raciais vem sofrendo ameaças, é mais do que importante preservar os/as nossos/as”, afirma Sílvio.
Salvador já possui monumentos e esculturas em espaços abertos que asseguram a visibilidade negra, a saber: o da Iyalorixá Gildásia dos Santos e Santos, conhecida como Mãe Gilda de Ogum, que fundou em 1988 o Ilê Axé Abassá de Ogum, Terreiro de Candomblé localizado nas imediações da Lagoa do Abaeté, bairro de Itapuã em Salvador; Luiz Gama, que foi um rábula, orador, jornalista, escritor e o Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil, localizado no bairro do Largo do Tanque; Mãe Runhó, no Engenho Velho da Federação e Doné do Terreiro do Bogum, filha de escravos, assumiu a direção do terreiro em 1925, onde permaneceu por 50 anos, até sua morte; os líderes da Revolta dos Búzios, no Largo da Piedade, que além de serem emancipacionistas, defenderam importantes mudanças sociais e políticas na sociedade, entre outros.
O projeto de indicação ao prefeito ACM Neto conta ainda com a solicitação da ampla divulgação para estimular a visita nestes locais, sobretudo no site da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.