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quinta-feira 1 de agosto de 2019 às 07:03h

Bolsonaro defende congelamento bilionário

POLÍTICA


O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta última quarta-feira (31) o congelamento adicional de 1,4 bilhão de reais nos gastos do Executivo anunciado pelo governo, e disse que não teve escolha ou seria enquadrado na Lei de Responsabilidade Fiscal.

“Não é corte, é contingenciamento, tem uma diferença grande. Se eu não fizer isso, eu entro na Lei de Responsabilidade Fiscal, é pedalada, eu vou para o impeachment. Dá para entender? Eu não quero cortar ninguém. Sou um cara que não sou adepto a isso, mas um orçamento geralmente é superestimado”, afirmou o presidente em entrevista ao sair do Palácio da Alvorada para uma viagem a Anápolis (GO).

A equipe econômica divulgou na noite de terça-feira o detalhamento das áreas atingidas por mais esse contingenciamento. Os ministérios da Cidadania e Educação tiveram os maiores bloqueios, com 619,2 milhões de reais e 348,4 milhões de reais, respectivamente.

Na soma dos três contingenciamentos feitos este ano, os Ministérios da Educação e da Defesa tiveram os maiores bloqueios: 6,2 bilhões na Educação e 5,8 bilhões na Defesa.

Os bloqueios anteriores na área da educação –somados a declarações polêmicas do ministro da Economia, Abraham Weintraub, que chegou a dizer que os cortes seriam feitos nas universidades públicas que não controlassem a “balbúrdia” em seus campi– levaram às maiores manifestações contra o governo Bolsonaro até agora.

Questionado se não temia as críticas por mais um corte duro na área, Bolsonaro disse que precisava escolher entre a crítica e o impeachment.

“Entre uma crítica e o impeachment, quer que eu prefira o quê? Eu tenho que fazer uma opção, cara. E a opção, infelizmente, é essa. Ontem discuti novamente, um corte relativamente pequeno perto da monstruosidade do orçamento, vou ser obrigado a fazer. Tem uma lei e eu tenho que seguir a lei, não sou ditador, pô”, disse.

Juros

Bolsonaro disse também que torce para que a reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) na noite desta quarta decida por mais um corte na taxa Selic, mas que não vai tentar influenciar a decisão.

“Estou torcendo apenas que caia a taxa de juros. Cada 1 por cento da taxa de juros são 40 bilhões a mais que a gente gasta por ano”, afirmou.

“Eu estou torcendo, mas eu não vou influenciar lá. Eu não sou o Dilmo de calça comprida”, acrescentou, fazendo referência à ex-presidente Dilma Rousseff.

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