O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, anunciou nesta terça-feira (18) um acordo de US$ 4,2 bilhões (R$ 24 bilhões) com a Austrália para desenvolver um sistema de radar para o Ártico, em meio à tensão com os Estados Unidos.
Carney fez o anúncio durante uma visita a Iqaluit, no Ártico canadense, última etapa de sua primeira viagem oficial desde que assumiu o cargo, na semana passada. Ele descreveu o acordo como parte de um esforço mais amplo para reafirmar a soberania canadense no Ártico.
“As instituições e normas internacionais que mantiveram o Canadá seguro são, agora, questionadas. E as prioridades dos Estados Unidos, nossos aliados, que estavam estreitamente alinhadas às nossas, começam a mudar. Não podemos, nem devemos, recorrer primeiramente a outros para defender a nossa nação”, disse Carney.
A Austrália é líder em radares “over-the-horizon”, um sistema avançado que permite o rastreio contínuo de ameaças em áreas extensas. A nova rede, que vai substituir um sistema da época da Guerra Fria, permitirá detectar e deter “ameaças em todo o Norte”, informou o gabinete do premier.
Ottawa também vai reforçar sua presença militar no extremo norte. Os fundos para modernizar o radar no Ártico foram anunciados pelo governo anterior, mas a decisão de se associar à Austrália foi divulgada hoje.
O Canadá havia priorizado a segurança do Ártico antes mesmo do retorno de Trump à Casa Branca, temendo uma possível agressão russa, já que o derretimento do gelo causado pelas mudanças climáticas expõe cada vez mais a região à extração de recursos.
O governo canadense anunciou neste mês três novos centros militares no Ártico, com pistas de pouso e depósitos de equipamentos.