Isolado e sem rumo, Lula agora ataca o MDB e Michel Temer

Cada vez mais isolado na busca por alianças partidárias que tirem seu projeto de reeleição da bolha de esquerda que se formou no Planalto, o presidente Lula da Silva (PT) decidiu, nesta sexta-feira (14) de acordo com Robson Bonin, da Radar, bombardear o MDB, um dos partidos que integram a base aliada no Congresso.

Em um evento para entrega de ambulâncias, no interior de São Paulo, o petista foi bater em Jair Bolsonaro (PL) e acabou atacando também o governo de Michel Temer, do MDB.

“Eu vou entregar esse país infinitamente melhor do que eu recebi. Porque esse país não teve governo. Desde a posse… Desde o golpe na companheira Dilma Rousseff, esse país não teve governo”, disse Lula.

Impopular, pilotando um governo de ideias velhas e sem rumo, o petista agora se socorre num constrangedor discurso de que fará um governo menos pior que o do antecessor que ele tanto criticou.

“Vocês não têm noção do desmonte que nós pegamos desse governo. É como se a gente tivesse alugado uma casa, e os caras tivessem metido prego em todas as paredes, tivessem derrubado porta, deixassem as telhas quebrar. O país estava desmontado, e nós tivemos que montar”, disse Lula.

Não há demonstração maior de que nem o petista acredita mais no sucesso do governo. Em seu terceiro ano de mandato, começou a enfileirar desculpas ao eleitor pelo fracasso do projeto.

“Dois anos. Dois anos montando e plantando. Montando e plantando. Esse ano, 2025, é o ano que nós vamos fazer a grande colheita desse país. Quanta boa notícia para o trabalhador”, disse o petista.

Lula não tem grandes obras a entregar nem projetos inovadores que venham, agora, a dar frutos. O governo investiu na velha formula de estimular a economia a partir do gasto, pressionando a inflação e colhendo alta de juros, mas nem mesmo todo o desarranjo econômico atual fará Lula parar.

O governo deve gastar bilhões com publicidade e marketing neste ano pré-eleitoral — se fosse outro o presidente o mundo estaria acabando — e se prepara para lançar uma série de “políticas” que, na verdade, são distribuição pura de dinheiro aos eleitores da base social petista.

Outro dia, Lula, mandando recado ao “mercado”, disse que tinha compromisso com as políticas de Fernando Haddad. Foi no mesmo discurso em que disse que só tinha um apartamento para viver e não poderia, depois de sair do poder, viajar ao exterior. Logo Lula, que ficou milionário “palestrando” para empreiteiras da Lava-Jato.