O governo dos Estados Unidos confirmou, nesta terça-feira (11) a cobrança de uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio do país a partir de quarta-feira (12). A medida é parte da guinada isolacionista do presidente Donald Trump e havia sido anunciada em fevereiro. As tarifas vão atingir “todos os parceiros comerciais (dos Estados Unidos), sem distinção”, disse o porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, em comunicado. O Brasil, que será afetado, é o segundo maior exportador de aço para os EUA, atrás apenas do Canadá, e vende principalmente produtos semiacabados. Também nesta terça, Trump ameaçou aumentar a taxação ao aço canadense para uma alíquota de 50%, o que o colocaria em desvantagem em relação aos demais exportadores. Por ora, a Trump e a Casa Branca não deram sinal de que a ameaça será levada adiante. Pelo contrário, o presidente americano disse que “provavelmente” não vai sobretaxar o Canadá após uma província do país suspender uma ofensiva comercial contra os EUA.
Cerca de metade das exportações de aço brasileiras têm os EUA como destino, de modo que a medida de Trump promete um impacto significativo no mercado siderúrgico brasileiro. Algumas empresas do segmento não devem ser muito afetadas pela medida de Trump, porque vendem pouco para os EUA ou porque tem produção no país, como é o caso da Gerdau. Outras empresas, como ArcelorMittal, Ternium e CSN, com grandes volumes de exportações aos EUA, são apontadas como algumas das maiores impactadas pela taxação. O governo americano afirmou em fevereiro que o Brasil estaria importando aço chinês e vendendo-o aos EUA como se fosse um produto brasileiro — o que é negado pelos produtores locais. “inexiste qualquer possibilidade de ocorrer, no Brasil, circunvenção para os EUA de produtos de aço oriundos de terceiros países”, disse o Instituto Aço Brasil, associação do setor, em nota emitida no mês passado.