Os caciques do Centrão avaliam que a manutenção do deputado federal José Guimarães (PT-CE) como líder do governo na Câmara, em vez de nomear um deputado do Centrão, deve complicar a vida da nova ministra da articulação política, Gleisi Hoffmann.
De acordo com o colunista Igor Gadelha, nos bastidores, os políticos defendiam que deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), aliado próximo do novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), assumisse a liderança do governo.
Isnaldo seria o “parceiro” perfeito para Gleisi Hoffmann, que assumirá a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) do Planalto na segunda-feira (10).
Segundo a reportagem, Gleisi é descrita por colegas deputados como uma política “assertiva”, que age sem meias palavras, enquanto Isnaldo teria mais capacidade de “avançar e recuar” em momentos estratégicos, o que complementaria o estilo da ministra.
Guimarães, apesar de ser elogiado, teria menos capacidade de contradizer Gleisi, por fazer parte do mesmo grupo político da petista e não ter a mesma proximidade com Hugo Motta que Isnaldo, mas o PT não abre mão.
A expectativa era de que Guimarães deixasse a liderança de governo para assumir a presidência do PT no lugar de Gleisi interinamente, até as eleições para o comando do partido, em junho, mas a escolha do presidente tampão, o senador Humberto Costa (PE), aconteceu justamente para não perder o deputado cearense no posto de líder de Lula na Câmara.