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Foto: Reprodução/Vídeo da vítima
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quarta-feira 5 de março de 2025 às 13:14h

‘Minha filha está hipermachucada’, diz mãe de jovem estuprada por dois PMs; vítima filmou criminosos; assista

JUSTIÇA, NOTÍCIAS


As câmeras corporais dos dois policiais militares acusados de estuprar uma jovem de 20 anos na noite de domingo (2) não foram acionadas durante os fatos relatados pela vítima. Segundo o jornal O Globo, o cabo James Santana Gomes e o soldado Léo Felipe Aquino da Silva desligaram ou retiraram de seus uniformes as câmeras corporais que portavam.

Assista:

A moça teria sofrido o abuso durante uma carona com dois PMs do 24º Batalhão de Polícia Militar, de Diadema, na Grande São Paulo. As únicas imagens à disposição dos investigadores são do celular da vítima, mas não trazem informações conclusivas.

Segundo a investigação, existem algumas brechas a serem esclarecidas. A jovem foi submetida a exame de corpo delito, mas os policiais ainda não estão indicados pelo estupro.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que os PMs foram presos pelos crimes de “abandono de posto” e “descumprimento de missão”, por terem dado carona para a jovem. Ambos deixaram a área de patrulhamento a eles incumbida “sem autorização e sem motivo justificado”. A acusação de estupro, segundo a pasta, “é rigorosamente apurada pela instituição”.

A mãe da jovem disse ao jornal O Globo, que a filha está à base de calmantes, bastante machucada e emocionalmente abalada. Ela relata que a filha foi abusada pelos dois PMs no banco de trás da viatura, e que havia bebidas alcoólicas dentro do veículo.

— Eles estavam fazendo uso de bebida. Os policiais estavam bebendo na viatura no horário de trabalho. Olha que polícia maravilhosa a gente tem em São Paulo. Eles estavam curtindo o carnaval na viatura em horário de expediente — disse.

De acordo com a Polícia Militar, o cabo Gomes e o soldado Silva cumpriam escala de serviço naquela noite e, durante o patrulhamento, foram solicitados pela jovem para que a levassem a algum terminal de ônibus. Eles teriam levado a mulher até o Terminal de Ônibus Piraporinha, onde perguntaram a um funcionário do terminal informações sobre qual ônibus ela deveria utilizar para chegar à sua residência.

Ainda de acordo com o relato dos PMs, eles pediram à jovem que desembarcasse da viatura, e ela teria se exaltado, informando que não ficaria naquele local. Em seguida, ela teria ameaçado os policiais, dizendo que diria aos seus superiores que os agentes tinham cometido o estupro. Ainda de acordo com os PMs, eles acessaram a Avenida do Estado e a deixaram em um ponto de ônibus.

Versão contestada

A mãe da jovem nega a versão da PM. Ela afirma que os policiais, depois de praticarem o estupro, colocaram a jovem descalça e sem nenhum pertence para fora da viatura. Ficaram, inclusive, com o Iphone dela.

— Eles vão falar o que convém. Mas, se são tão inocentes, por que colocaram a minha filha para fora da viatura, descalça, roubaram todos os pertences dela, todos os documentos, bolso, óculos de grau, inclusive o iPhone? Por que ficaram com o telefone dela? Porque ela tinha mais vídeos que ela não conseguiu enviar pra gente. Então ali é prova, né? —

Segundo a mulher, a filha faz tratamento para depressão com remédios controlados há vários anos e já denunciou o pai por estupro para a Polícia Civil no ano passado, parte das razões de seu histórico de doenças mentais. Nada disso, entretanto, invalida seu relato sobre os ocorridos no domingo, diz a mãe.

— É um pesadelo, sabe? É um pesadelo. Se ela estava bêbada ou não, se faz tratamento ou não, isso não justifica. Ela estava vindo de um bloquinho de carnaval… É a mesma coisa de você falar assim: ‘pô, aquela menina ali, ó, que está na rua, ela foi estuprada porque ela está com a saia curta. Ela pediu ajuda para carregar o iPhone porque ela estava sem bateria. Se o policial viu que ela estava ali numa situação vulnerável, que tivesse encaminhado para o Pronto Socorro ou delegacia mais próxima. Mas não. Ficaram dentro da viatura dando voltas e voltas com ela por horas, e abusaram sexualmente dela no banco traseiro. Os dois, não um só — relata.

Ainda de acordo com a mulher, a jovem passou por exames no Instituto Médico Legal e passou parte do dia de ontem no Hospital da Mulher.

— Até mesmo a médica que fez a perícia dela, para verificar os hematomas, porque ela está muito machucada, ficou abismada com a quantidade de roxos — finaliza.

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