Valdemar Costa Neto tem adotado discrição sobre o fato de não ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso da tentativa de suposto golpe. O motivo segundo Bela Megale, do O Globo, tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro.
O presidente do PL avalia que, se celebrar o fato, pode provocar a ira do ex-presidente, que foi apontado como principal liderança do plano de ruptura democrática.
Valdemar vai além nas suas especulações sobre os motivos de ter ficado de fora da peça da PGR. Em conversas com aliados, disse que viu a exclusão de seu nome da denúncia como uma espécie de artimanha para tentar colocá-lo contra Bolsonaro.
Segundo congressistas, o presidente do PL ainda sinalizou que enxergou a atuação do ministro Alexandre de Moraes, nos bastidores, para criar rusgas entre ele e o capitão reformado.
O responsável por oferecer a denúncia, porém, não é o Supremo, mas o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Ele entendeu não haver motivos para incluir Valdemar na peça, apesar da Polícia Federal ter indiciado o presidente do PL. Para os investigadores, Valdemar teve conhecimento das articulações golpistas e participou da estratégia para descredibilizar as urnas.
O presidente do PL e o capitão reformado estão proibidos de se comunicar por ordem de Moraes proferida há mais de um ano.