terça-feira 4 de março de 2025
Primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau - Foto: REUTERS/Patrick Doyle
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terça-feira 4 de março de 2025 às 09:44h

Canadá e China revidam taxações de Trump com sanções bilionárias

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Canadá e China anunciaram medidas de retaliação em resposta às tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que entram em vigor a partir desta terça-feira (4). As sanções comerciais são de 20% e 25%, respectivamente, aos produtos chineses e canadenses importados aos Estados Unidos.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou, nesta última segunda-feira (3) que “nada justifica essas medidas” de Washington. “Se as tarifas dos Estados Unidos entrarem em vigor, o Canadá responderá a partir da meia-noite aplicando taxas de 25% sobre US$ 155 bilhões em bens norte-americanos”, completou Trudeau em comunicado.

Já a China anunciou nesta terça-feira, 4, que vai impor tarifas adicionais de 10% e 15% sobre várias importações alimentícias dos Estados Unidos, como soja, trigo e frango, em resposta às novas sanções impostas por Washington sobre produtos chineses. Além disso, tarifas extras de 10% serão aplicadas sobre o sorgo, soja, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios.

O Canadá, o México e a China respondem por mais de 40% das importações dos EUA. As tarifas ameaçadas por Trump superariam todas as medidas comerciais adotadas anteriormente, elevando a média das taxas tarifárias dos EUA “a níveis não vistos desde a década de 1940”, disse Chad Bown, membro sênior do Peterson Institute for International Economics, ao The New York Times.

As tarifas de Trump

Trump assinou nesta segunda (3) uma ordem executiva que aumenta de 10% para 20% as tarifas sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos. Ele afirma que Pequim não está fazendo o suficiente contra o tráfico de fentanil.

A Casa Branca afirma que as tarifas, anunciadas em 1º de fevereiro como parte da luta contra a crise dos opioides, entram em vigor devido à “incapacidade” da China de “combater a inundação de fentanil” que entra nos Estados Unidos. Ainda na segunda, um porta-voz do Ministério do Comércio chinês disse que o país tomaria medidas de represália.

Impactos nas montadoras dos EUA

De todos os setores que dependem do comércio americano, a fabricação de automóveis pode sofrer o maior impacto. O Canadá e o México respondem por quase metade das importações e exportações de automóveis dos EUA, e por uma parcela ainda maior do comércio de carrocerias e peças de veículos automotores.

As montadoras argumentaram que as peças e os veículos isentos de acordo com o atual tratado de livre comércio devem continuar a cruzar as fronteiras sem impostos.

“Nossas montadoras americanas, que investiram bilhões nos EUA para atender a esses requisitos, não devem ter sua competitividade prejudicada por tarifas que aumentarão o custo de construção de veículos nos Estados Unidos e impedirão o investimento na força de trabalho americana”, disse Matt Blunt ao The New York Times. Blunt é presidente do American Automotive Policy Council, que representa a General Motors, a Ford Motor e a Stellantis.

As montadoras fizeram uma petição à Casa Branca argumentando a favor dessa isenção, mas pessoas familiarizadas com as deliberações dizem que o presidente não pareceu receptivo à ideia.

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