segunda-feira 3 de março de 2025
O presidente da Argentina, Javier Milei, falou durante a abertura dos trabalhos no Congresso Nacional da Argentina - Foto: Divulgação Reprodução / Instagram
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domingo 2 de março de 2025 às 15:40h

No Congresso, Milei promete acordo com FMI e diz que Mercosul só enriqueceu brasileiros

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O presidente da Argentina, Javier Milei, sinalizou que um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) era iminente e voltou a ameaçar retirar o país do Mercosul, afirmando que o bloco enriqueceu brasileiros e empobreceu argentinos. As declarações ocorreram na noite de sábado (1º) em seu discurso anual ao Congresso argentino, em que tentou projetar uma imagem otimista de sua reforma econômica, após um primeiro ano de mandato desagregador e uma recente onda de controvérsias.

Em um discurso que agradou sua base de direita, mas incluiu pouco de novo em termos de políticas, o presidente prometeu à nação que, nos próximos dias, pediria ao Congresso que apoiasse o governo no novo acordo com o FMI. Ele destacou o sucesso do governo em reduzir a taxa de inflação mensal, que atingiu 26% em dezembro de 2023, quando ele assumiu o cargo, para pouco mais de 2% em janeiro, além de ajudar o país a sair de uma recessão.

Na política comercial, Milei anunciou que a Argentina deixaria o bloco do Mercosul, caso fosse necessário, para fechar um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos. Segundo ele, desde a criação do bloco, o Mercosul “conseguiu apenas enriquecer os grandes empresários brasileiros às custas de empobrecer os argentinos”, de acordo com a mídia local.

Em seu discurso, Milei não forneceu mais detalhes sobre o suposto novo acordo de financiamento com os EUA – um plano que seu governo busca há meses para ajudar a levantar os rígidos controles de capital e câmbio da Argentina, na esperança de colher os benefícios de suas reformas de mercado livre, que resultaram no ano passado no primeiro superávit fiscal da Argentina em 14 anos.

O FMI, encorajado pelos progressos de Milei, mas cauteloso quanto à sustentabilidade de sua austeridade, tem ponderado se deve emprestar mais dinheiro à Argentina, seu maior devedor, com um histórico de inadimplência e ainda com uma dívida superior a US$ 40 bilhões pelo seu programa mais recente, que terminou em dezembro.

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