sábado 1 de março de 2025
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sábado 1 de março de 2025 às 10:48h

Humberto Costa deve ser presidente interino do PT após José Guimarães se recusar a assumir; entenda

NOTÍCIAS, POLÍTICA


A escolha da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) para comandar a articulação política do governo com o Congresso provocou novo racha no PT. Interessado em ocupar a Secretaria de Relações Institucionais no lugar de Alexandre Padilha, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), ficou aborrecido com Gleisi e não quer assumir mandato-tampão como presidente do PT. Agora, tudo indica que quem vai dirigir o partido até julho é o senador Humberto Costa (PE), ex-ministro da Saúde.

Guimarães e Humberto são vice-presidentes do PT. Em reunião da Executiva Nacional que ocorrerá logo após o carnaval, Gleisi precisará escolher um dos vices – atualmente são cinco – para assumir o comando do partido temporariamente, já que no dia 10 ela tomará posse como ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais. De acordo com o estatuto do PT, o nome do presidente interino precisa passar pelo crivo do Diretório Nacional do partido em até 60 dias. Pode haver disputa.

O grupo de Gleisi planejava indicar Guimarães como interino até 6 de julho, quando haverá eleições internas, com voto dos filiados, para a escolha da nova cúpula petista. A estratégia previa construir uma rede de apoio ao deputado para que ele desbancasse o ex-prefeito de Araraquara e ex-ministro Edinho Silva.

Favorito de Lula para presidir o PT a partir de julho, Edinho enfrenta resistência dentro de sua própria corrente, a Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária na legenda. O confronto ocorre na esteira da vertiginosa queda de popularidade do chefe do Executivo. Trata-se de um embate estratégico porque o novo presidente do partido coordenará a campanha pela reeleição de Lula ou de quem ele escolher como seu herdeiro político, em 2026.

O principal alvo da disputa pelo comando do PT, hoje, é a tesouraria do partido. Uma ala da CNB quer manter Gleide Andrade na Secretaria de Finanças. A ministra que vai comandar a articulação política do governo lidera o grupo dos que defendem a permanência de Gleide.

Para que a secretária de Finanças pudesse ficar mais um mandato na direção, o comando do PT mudou até mesmo o estatuto do partido em uma reunião tensa, realizada no último dia 17. Antes eram permitidos somente três mandatos consecutivos para dirigentes e parlamentares petistas, mas, a despeito do discurso de renovação, a regra ficou mais elástica.

Os apoiadores de Edinho, por sua vez, pretendem emplacar outro nome na tesouraria do PT. Um dos citados para o cargo é o deputado estadual Emídio de Souza, que, a exemplo do ex-prefeito, é aliado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

No Planalto, muitos avaliavam que o convite a Gleisi para comandar um ministério abriria caminho para que Edinho não tivesse mais tantos adversários em sua própria corrente. Não foi bem assim.

Gleisi e seu grupo não gostaram de recentes declarações de Edinho. Acham que ele quer tornar o PT mais moderado e dar “receita” de como administrar o partido sem apostar na polarização com o bolsonarismo.

Com o racha escancarado, uma ala da CNB de Lula promete lançar um pré-candidato para enfrentar Edinho. A ideia é fazer o ex-prefeito de Araraquara desistir.

Edinho não se manifesta sobre o assunto para não esticar a polêmica. Na outra ponta, Guimarães não quer entrar mais na disputa. Em conversas reservadas, amigos do líder do governo na Câmara dizem que ele está magoado por achar que foi escanteado e passado para trás nas negociações sobre a montagem do ministério.

A única capital conquistada pelo PT nas eleições de 2024 foi Fortaleza, reduto eleitoral de Guimarães e do ministro da Educação, Camilo Santana. O líder do governo na Câmara sempre sonhou em comandar a Secretaria de Relações Institucionais e foi surpreendido com a notícia de que Gleisi entraria na vaga de Padilha.

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