A prefeitura de Serrinha, no interior da Bahia, reformulou o decreto que define novas regras para o recolhimento e destinação de animais de médio e grande porte soltos em vias públicas. A mudança ocorre após o Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurar um inquérito para apurar o texto anterior, que autorizava o abate dos animais pelo município.
O que mudou?
Com a mudança, os animais de médio e grande porte apreendidos não poderão mais ser abatidos e só poderão ser doados mediante contrapartida obrigatória.
Agora, animais apreendidos e não reivindicados por tutores em até sete dias poderão ser doados, mas apenas mediante contrapartida obrigatória.
Quem pode adotar?
Pessoas físicas, órgãos públicos e entidades sem fins lucrativos das áreas de agropecuária, pesquisa científica, educação e assistência social poderão solicitar a adoção. Os interessados precisarão fornecer uma quantidade mínima de alimentos, como rações e feno.
Todo o material arrecadado será destinado ao Centro de Acolhimento de Animais em Tratamento (CAAT) e a associações protetoras de animais do município. As exigências variam conforme o porte do animal:
Equinos:
- 25 kg de ração canina ou felina (mín. 20% proteína) + 5 fardos de feno (10 kg cada).
Bovinos:
- Até 4 arrobas: 6 pacotes de 25 kg de ração + 10 fardos de feno.
- De 5 a 10 arrobas: 8 pacotes de 25 kg de ração + 10 fardos de feno.
- Acima de 10 arrobas: 12 pacotes de 25 kg de ração + 20 fardos de feno.
Caprinos ovinos e suínos:
- 2 pacotes de 25 kg de ração + 5 fardos de feno.
Para solicitar a adoção, é necessário comparecer à Secretaria de Meio Ambiente com Carteira de Identificação (RG), Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e comprovante de residência.
Mudança após investigação do MP-BA
A reformulação ocorreu depois que o MP-BA abriu um inquérito para investigar possíveis irregularidades no decreto anterior, que determinava a apreensão de animais soltos ou abandonados nas ruas de Serrinha. O Ministério Público questionou qual seria o destino desses animais e se havia risco de maus-tratos.
A gestão municipal justificou que o decreto foi motivado pelo número crescente de animais soltos ou abandonados nas vias públicas. Além disso, citou também o risco de acidentes de trânsito envolvendo animais soltos; os danos causados pelos animais em jardins e praças municipais; e o fato do abandono também ser considerado maus-tratos.