Neste mês, a Global Citizen Solutions divulgou seu primeiro Global Education Report, que classifica os principais destinos para a educação superior. Os dez países foram avaliados com base em fatores como prestígio universitário, qualidade de vida, opções de visto e oportunidades pós-graduação. Laura Madrid, líder de pesquisa da Unidade de Inteligência Global da GCS, afirmou à CNBC Make It que o relatório demonstra que a educação superior internacional está em crescimento, prevendo que 10 milhões de estudantes estarão estudando no exterior até 2030. Madrid observa que “a instabilidade em geral leva ao movimento de famílias”, ressaltando que as pessoas buscam lugares onde se sintam mais seguras e possam vivenciar diferentes contextos.
O relatório avaliou mais de 72 países, utilizando cinco subíndices principais. Os Estados Unidos conquistaram a primeira posição no ranking da GCS como o melhor destino global para a educação superior. O relatório indica que o número de estudantes internacionais ainda está altamente concentrado em nações de língua inglesa e economicamente desenvolvidas, com os EUA abrigando 900.000 estudantes internacionais, que em 2023 geraram mais de $40 bilhões em receita. Madrid não se surpreende com a liderança dos EUA na lista, citando a quantidade de universidades prestigiadas e a grande quantidade de instituições de ensino superior no país. Ela afirma que “quando você observa famílias que desejam investir e o custo não é um problema, elas preferem olhar para os EUA e o Reino Unido”. No entanto, Madrid também menciona que famílias americanas estão buscando universidades em outros países, motivadas por razões como estabilidade política ou a possibilidade de uma educação superior mais multinacional e multicultural, especialmente na Europa.
Os Estados Unidos são conhecidos por serem um dos países mais caros para a educação superior. As mensalidades em escolas particulares como Harvard e Stanford variam de $30.000 a $70.000 por ano, sem incluir o custo de vida em cidades como Boston e Palo Alto. Entre 2010 e 2023, as mensalidades em instituições públicas de quatro anos aumentaram 36,7%, e, em 2024, a dívida total de empréstimos estudantis no país ultrapassa $1,6 trilhões, conforme o relatório da GSC. Além disso, os Estados Unidos são lar de instituições renomadas como o Massachusetts Institute of Technology, Princeton University e Yale.
O Reino Unido, que inclui Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, ficou em segundo lugar na lista. O país abriga cerca de 500.000 estudantes internacionais. O relatório destaca que o Reino Unido continua sendo um dos destinos mais procurados para estudantes internacionais, devido ao prestígio de instituições como Oxford, Imperial College London e Cambridge. No entanto, o Reino Unido viu uma diminuição no número de estudantes europeus se inscrevendo em universidades em 2020, com Madrid observando que “você tem esse grande ecossistema de universidades, mas o Brexit alterou o perfil dos estudantes internacionais”. O país conseguiu mudar sua estratégia e atrair mais estudantes de lugares como China e Índia, equilibrando a perda de estudantes da União Europeia.
Assim como nos EUA, estudar no Reino Unido também é dispendioso. Os estudantes internacionais podem esperar mensalidades que variam de £10.000 a £38.000, ou seja, de $12.000 a $47.000 USD por ano. Além disso, os estudantes enfrentam uma dívida média de empréstimos de cerca de £50.000, ou $63.000, ao se formarem. O custo de vida em cidades como Londres está entre os mais altos da Europa, com os custos mensais estimados para uma pessoa solteira em £1.039, ou $1.313, sem incluir o aluguel, segundo o Numbeo. Apesar do alto custo de vida, o relatório revela que os estudantes internacionais continuam a ser uma força econômica significativa, contribuindo com cerca de £41,9 bilhões, ou $53 bilhões, para a economia do Reino Unido no período de 2021-2022. O Reino Unido também abriga universidades como The University of Edinburgh, The University of Glasgow e The University of St. Andrews. As conversões para USD foram realizadas em 24 de fevereiro de 2024, utilizando taxas de conversão da OANDA de 1 libra esterlina para 1,26 USD, com todos os valores arredondados para o dólar mais próximo.