segunda-feira 24 de fevereiro de 2025
Otoni de Paula (MDB-RJ), Gilberto Nascimento (PSD-SP) e Greyce Elias (Avante-MG) disputam a presidência da Frente Parlamentar Evangélica. — Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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segunda-feira 24 de fevereiro de 2025 às 09:09h

‘Bancada da Bíblia’ faz 1ª eleição para líder

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Com representatividade superior a um terço da Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Evangélica deve ter nesta terça-feira (25) a sua primeira eleição para a liderança do grupo nos próximos dois anos. Com 219 integrantes, a chamada “bancada da Bíblia” deve enfrentar uma disputa acirrada entre os deputados Otoni de Paula (MDB-RJ), Greyce Elias (Avante-MG) e Gilberto Nascimento (PSD-SP) – este último ligado ao pastor Silas Malafaia.

Nome historicamente forte no segmento, Otoni perdeu apoio desde o início do governo do presidente Lula da Silva (PT). Na avaliação de uma parcela expressiva da bancada, ele se aproximou demais do petista, que enfrenta grande resistência no eleitorado evangélico, já tentou uma aproximação e não obteve grandes resultados.

O ápice do descontentamento aconteceu segundo Marcelo Ribeiro e Murillo Camarotto, do jornal Valor, em outubro do ano passado, quando Lula sancionou o projeto de lei que instituiu o Dia Nacional da Música Gospel. Otoni participou de uma oração ao lado do presidente e foi duramente criticado pelos integrantes mais bolsonaristas da frente.

“Esta é uma eleição que eles resolveram polarizar, aproveitaram a minha ida ao Planalto, no dia da sanção do dia da música gospel – que eu fui lá para representar a própria frente – para criar esse factoide de que eu estaria apoiando o governo”, disse o deputado ao Valor. Ele também já chegou a dizer que o grupo não poderia se tornar “um puxadinho do bolsonarismo”.

“Como eu não faço uma oposição beligerante, eu faço uma oposição propositiva, eles usam isso como argumento. Nunca fui da base do governo. Nunca votei no Lula nem no PT. Mas também não sou do ‘quanto pior, melhor’. Ele é o presidente da República, eu posso fazer uma oposição, mas será propositiva e com diálogo”, defendeu-se o parlamentar.

Seu principal opositor será Nascimento, que deve contar com o apoio do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), que já presidiu o grupo. “Ele [Otoni] diz que não é governista, mas tem cargo no governo. Quem tem cargo no governo é governista ou não?”, indagou o deputado, aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Pode dizer que eu disse que ele tem cargo no governo. Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes], no Rio, foi ele quem indicou, ou seja, é governista. Ele que vá enrolar outro, eu ele não enrola”, disse Cavalcante. Otoni foi procurado para responder às críticas, mas não retornou.

Mesmo correndo por fora, Greyce Elias pode ser um fator decisivo na disputa inédita entre os religiosos. Há quem acredite que ela tem potencial para angariar um volume importante de apoio por ser mulher e que isso acabe sendo um fator decisivo de desempate, provavelmente por meio de uma composição com Nascimento. “Voltando para Brasília, posso conversar com Gilberto. Jesus sempre mandava seus discípulos de dois em dois. Quem sabe?”.

Para Eli Borges (PL-TO), a entrada de Greyce tem potencial de embolar a corrida. A seu ver, somente um acordo – improvável – pode impedir que a decisão vá mesmo a voto. “Estamos tentando chegar a uma convergência. Vamos tentar até a última hora, mas, se não for possível, vamos fazer a eleição na terça”, afirmou.

Procurado, Nascimento não quis comentar.

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