sábado 22 de fevereiro de 2025
O Congresso Nacional visto do Palácio do Planalto, em Brasília - Foto: Leonardo Sá/Agência Senado
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domingo 16 de fevereiro de 2025 às 13:36h

No Planalto, clima é de total desânimo após Datafolha; ‘governo acabou precocemente’

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O resultado da pesquisa Datafolha, na qual apenas 24% dos eleitores consideraram o governo do presidente Lula da Silva (PT) ótimo ou bom, levou segundo reportagem de Antonio Temóteo, da revista Exame, a um clima de desânimo no Palácio do Planalto.

Na última sexta-feira (14) após a divulgação dos dados que mostram que a pior aprovação de Lula chega próximo à do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os auxiliares do petista passaram o restante do dia enumerando os principais problemas do terceiro mandato do chefe do Executivo.

“O fato é que nunca antes na história da política recente, o PT teve menos de um terço do eleitorado. O resultado mostra que se não houver uma guinada, o governo acabou precocemente”, resumiu um auxiliar de Lula.

Sem essa guinada, a avaliação entre membros da equipe é de que Lula pode deixar de ser candidato a reeleição em 2026 caso a popularidade não melhore até o fim deste ano.

O grupo que fez o exercício encontrou ainda de acordo com Antonio Temóteo, da Exame, oito pontos que detalham os erros e problemas da gestão.

A pesquisa agravou o clima de desânimo no governo. Um ministro petista descreve a situação como “horrível”. Outro cardeal do partido define os números como “assustadores”. A queda da aprovação deve dificultar a vida de Lula e lançar novas dúvidas sobre o projeto da reeleição.

Os oito pontos da queda na aprovação de Lula:

1. O eleitor esperava mais do governo: a falta de uma marca decepcionou, principalmente o eleitor pobre do Nordeste.

Na avaliação dos auxiliares de Lula, ressuscitar os velhos programas não traz resultado positivo porque, no inconsciente popular, eles passaram a ser obrigação.

2. Crises do Pix e do preço dos alimentos: a repercussão negativa das crises do Pix e do aumento do preço dos alimentos foi colocada na conta de Lula pela opinião popular.

Especialmente porque o aumento do nível de emprego não significou melhores salários. A criação de postos de trabalho se concentra em vagas de salário mínimo — e quem ganha menos gasta mais na proporção de sua renda para comer.

3. Insatisfação da classe média: assim como os mais pobres, a classe média não tem percebido uma melhora econômica e também é afetada pela inflação, que reduz o poder de compra.

O excesso de medidas para ampliar a arrecadação do governo também preocupa a classe média, na avaliaçãode auxiliares do presidente. O temor de taxação do Pix é um exemplo que sintetiza esse sentimento, apontam.

Além do custo dos alimentos, os preços dos combustíveis pesam na avaliação negativa desse extrato populacional.

4. A comunicação ruim do governo: a avaliação entre auxiliares de Lula é de que o presidente mantém o discurso de fomentar o antagonismo entre o patrão e o trabalhador, enquanto o brasileiro passou a ter outros anseios.

5. O governo perde de goleada nas redes sociais: enquanto a direita dominou as redes sociais, o governo não sabe como navegar nesse “mar digital”.

A falta de estratégia e coordenação das diversas áreas leva a ações fragmentadas e sem forças para dialogar com o público que está nas redes sociais.

6. A relação de Lula com a classe política piorou: entre os assessores do presidente, a avaliação é de que Lula não evoluiu e acha que pode fazer política como nos dois primeiros mandatos, quando a liberação de emendas garantia a votação das pautas de interesse do governo.

Além disso, o petista não tem se reunido com deputados e senadores na mesma intensidade com que fazia nos mandatos anteriores.

7. Ministros palacianos enfraquecidos: para assessores de Lula, falta no Palácio do Planalto alguém que tenha proximidade com o presidente para dizer “algumas verdades” a ele como faziam José Dirceu, Luiz Gushiken, José Genoino ou Antonio Palocci em seus outros mandatos.

8. A equipe de ministros é fraca: Com exceção do ministro dos Transportes, Renan Filho, considerado um “tocador” de obras, e do ministro da Educação, Camilo Santana, que criou o programa pé de meia, a avaliação é de que a equipe de ministros não entrega resultados satisfatórios para alavancar a popularidade de Lula.

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