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segunda-feira 24 de junho de 2019 às 06:33h

2 de Julho: Conheça as curiosidades dos personagens históricos da Independência da Bahia

CURIOSIDADES


A história da Independência da Bahia é chamada por alguns historiadores como “Verdadeira Independência do Brasil”

Um dos pontos altos do desfile cívico do Dois de Julho, que ocorre na próxima terça-feira, da Lapinha ao Campo Grande, é a exaltação aos heróis da luta pela independência do Brasil na Bahia. Além dos caboclos protagonizando o cortejo, que percorre o Centro Antigo e Histórico da capital baiana, personagens como Maria Quitéria, Joana Angélica, Maria Felipa e o Corneteiro Lopes serão devidamente homenageados.

O Acesse Política conta de forma resumida a atuação de nossos heróis, fundamentais para a independência da Bahia, declarada no dia 2 de julho de 1823.

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A história da Independência da Bahia é chamada por alguns historiadores como “Verdadeira Independência do Brasil”, celebrada em Dois de Julho, possui alguns nomes importantes.

A soldado Maria Quitéria e a freira Joana Angélica são as figuras mais lembradas, porém, outros personagens foram fundamentais para que o Estado vencesse a guerra e expulsasse os soldados portugueses há exatos 195 anos.

O dia 2 de Julho de 1823 foi histórico para os baianos e também para o Brasil. Isso porque mesmo com a declaração de independência feita por D.Pedro I em 1822, tropas portuguesas lideradas pelo militar Madeira de Melo atacaram a Bahia, mataram vários nativos e invadiram casas de civis para demonstrarem domínio. O grande ataque aconteceu no Convento da Lapa, em Salvador, onde a freira Joana Angélica foi vítima do exército português.

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O cenário ficou ruim, mas a reunião de um exército de Salvador, São Francisco do Conde e Cachoeira, e depois o envio de militares estrangeiros por D. Pedro ajudaram a mudar a situação. Em 2 de Julho daquele ano, os portugueses foram expulsos do Brasil. Uma das histórias mais impressionantes foi em Cachoeira – que além de ter sido o primeiro palco da reação dos revoltosos contra os portugueses e ter sido a Sede Interina do Governo Baiano durante o período conflituoso -, teve uma situação inusitada: a de Maria Quitéria. Ela conseguiu entrar no Exército de Cachoeira, mesmo sendo uma mulher e tendo recebido muitas negativas no início, e foi uma das heroínas na batalha.

Mesmo com estas histórias marcantes e personagens fantásticos já conhecidos, outros importantes ainda são ignorados pelo grande público e o Acesse Política resgatou algumas dessas figuras. Veja:

Lord Cochrane

Muitos conhecem a Praça Lord Cochrane que está localizada no bairro do Garcia, em Salvador, porém, poucos sabem que ele foi um dos heróis da Independência da Bahia. Thomas Alexander Cochrane  já tinha grande fama depois de participar de guerras napoleônicas e de independência do Chile e do Peru. Ele foi responsável pelo combate contra os portugueses pelos mares, sendo nomeado e foi bastante efetivo. Ele armou uma armadilha durante a noite, bloqueou o porto de Salvador, atacou os barcos portugueses que estavam ancorados e, como estava escuro, quando tentaram escapar, os barcos se bateram uns nos outros e sofreram mais danos, enquanto Cocrhane se retirava de maneira triunfal. Naquele momento, foi mais uma vitória dos baianos frente aos portugueses.

Maria Felipa

Essa personagem não esteve ligada na batalha de Salvador, porém, foi uma figura fundamental na expulsão de portugueses da Ilha de Itaparica. Maria Felipa de Oliveira é conhecida pela população da Ilha como “Heroína Negra da Independência”. Ela era uma figura marcante por si só, já que era negra, trabalhadora braçal, pescadora, marisqueira, e ainda assim conseguiu, através de sua força, liderar um grupo de 200 homens contra os portugueses em batalhas que aconteceram de 1822 e até passaram de 2 de Julho de 1823. O maior feito de Felipa foi liderar ações que destruíram mais de 40 embarcações portuguesas. Armadas com peixeiras e galhos de cansanção surravam os portugueses para depois atear fogo aos barcos usando tochas feitas de palha de coco e chumbo.

General Labatut

Personagem bastante conhecido para os interessados, mas não tão inserido na cultura popular, o General Pierre Labatut foi contratado por D.Pedro I para liderar o exército baiano contra os portugueses. O militar já tinha muita experiência, pois participou das campanhas napoleônicas e ainda liderou os exércitos revolucionários nas guerras na América Espanhola. Labatut teve um papel extremamente importante na Independência, pois ele conseguiu transformar um “bando” desordenado de civis, na maioria deles trabalhadores humildes (negros, índios e caboclos), em um exército disciplinado que conseguiu expulsar os portugueses da Bahia.

Outros caboclos

A estátua do caboclo, que está localizada na praça Campo Grande, em Salvador, e que serve para lamentação de muitos soteropolitanos vide a expressão “Vamos chorar no pé do caboclo”. Apesar da fama, muitos não conhecem a importância destes personagens históricos na guerra que tirou os portugueses da Bahia. Eles representam os soldados que eram trabalhadores de origem humilde, que lutaram na Independência, de maneira voluntária , o que não aconteceu com os proprietários de terras.

Maria Quitéria

Maria Quitéria é considerada a maior heroína das lutas pela independência baiana. Entrou voluntariamente no Exército para lutar contra as províncias que não reconheciam Dom Pedro como imperador. Foi para o Exército escondida do pai, porém, após duas semanas foi descoberta, mas o major José Antônio da Silva Castro não permitiu que ela fosse desligada, por reconhecer sua disciplina militar e habilidade com as armas. Maria Quitéria participou da defesa da Ilha da Maré, da Pituba, da Barra do Paraguaçu e de Itapuã. Reformada com o soldo de alferes, Maria Quitéria voltou para a Bahia com uma carta do imperador dirigida a seu pai, requerendo perdão pela desobediência. Morreu aos 61 anos de idade no anonimato.

Joana Angélica

A história de Joana Angélica ficou marcada pelo sacrifício da própria vida ao enfrentar o exército português. Aos 20 anos e de família abastada, optou pela vida monástica no Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, em Salvador. Com a revolta dos soldados brasileiros contra a nomeação do brigadeiro lusitano Inácio Luís Madeira de Melo para comandante das armas da província (1822), soldados portugueses derrubaram a porta do convento a golpes de machado. Joana Angélica enfrentou os soldados lusitanos e teve o peito atingido por baionetas e faleceu pouco depois. Tornou-se a primeira mártir da grande luta.

Corneteiros Lopes

O corneteiro Luís Lopes protagonizou uma das passagens fundamentais na Batalha de Pirajá. O exército português era mais numeroso, melhor equipado e treinado e a vitória era dada como certa. Diante da iminente derrota, o Comandante Barros Falcão ordenou o recuo das tropas brasileiras. Entretanto, em vez do toque de recuar, o corneteiro Luís Lopes deu o sinal para a cavalaria avançar e, em seguida, o de degolar. A tropa lusitana acabou partindo em retirada, supondo que os brasileiros tinham recebido reforço. A história do corneteiro é colocada em questionada, devido ausência de documentos históricos que comprovem a sua existência, além do episódio soar como lendário.

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