quarta-feira 12 de fevereiro de 2025
Presidente da CNI, Ricardo Alban - Foto: Reprodução/TV Globo
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quarta-feira 12 de fevereiro de 2025 às 09:26h

CNI pede diálogo com Trump e alternativas para reverter taxação de 25% sobre aço e alumínio

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) disse que buscará diálogo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na tentativa de reverter a taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio. A ideia, segundo a entidade, é buscar “alternativas consensuais” que preservem a relação comercial EUA-Brasil.

“Lamentamos a decisão e vamos atuar em busca do diálogo para mostrar que há caminhos para que seja revertida. Temos todo o interesse em manter a melhor relação comercial com os Estados Unidos, mas precisamos conciliar os interesses dos setores produtivos dos dois países”, disse o presidente da CNI, Ricardo Alban.

O dirigente destacou que a medida é prejudicial tanto para a indústria brasileira quanto para a norte-americana. Isso porque, atualmente, o Brasil é quarto maior fornecedor de ferro e aço aos Estados Unidos: 54% das exportações dos produtos são para o país.

Um balanço da Associação Brasileira do Alumínio (Abal) mostrou que o mercado de metal movimentou US$ 267 milhões do total de US$ 1,5 bilhão exportados pelo setor em 2024. Em termos de volume, os Estados Unidos foram o destino de 16,8% das exportações, enquanto as exportações de alumínio para o país totalizaram 13,5%.

Alban avalia que, com a implementação da sobretaxa, o alumínio brasileiro se tornará significativamente menos atrativo comercialmente. Além dos impactos na balança comercial, outra preocupação são os efeitos indiretos associados ao aumento da exposição do Brasil aos desvios de comércio e à concorrência desleal.

Produtos de outras origens que perderem acesso ao mercado norte-americano buscarão novos destinos, incluindo o Brasil, e podem saturar o mercado interno de produtos a preços desleais. Especificamente em relação ao comércio dos principais itens da cadeia do aço – carvão, aço e máquinas e equipamentos – EUA e Brasil detém uma corrente de comércio de US$ 7,6 bilhões, sendo Washington superavitário em US$ 3 bilhões.

“O caminho do diálogo, portanto, é preferencial a medidas de retaliação que podem prejudicar outros setores produtivos cuja importação de produtos norte-americanos seja importante para a produção brasileira”, reforçou Alban.

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