Com a alta de juros no País e as turbulências globais, a preferência tem sido pela segurança na aplicação. Saiba qual
Bolsa de Valores? Criptomoedas? Sofisticados produtos que misturam derivativos? A colunista de
, da Veja, perguntou a banqueiros, sócios de administradoras de recursos e executivos de wealth management como eles têm gerido o próprio patrimônio. O grosso desse dinheiro, claro, continua guardado lá fora, em offshores, mas uma parte nada desprezível cada vez mais tem engrossado os bons e velhos fundos de renda fixa no País.Em tempos de juros estratosféricos e insegurança geral sobre os rumos da economia doméstica e das finanças mundiais – ainda à mercê de novas medidas por parte do presidente Donald Trump -, a ordem é ser o mais conservador possível.
Nesse balanço de riscos, alguns deles já estão considerando até as costuras políticas envolvendo a próxima eleição presidencial, no próximo ano. “Com toda incerteza econômica e juro alto, eu fico na renda fixa até ter também uma visão melhor do que será a próxima eleição”, resumiu um banqueiro.
Essa modalidade de investimento costuma oferecer – e, pelo jeito, por causa da Selic, não será diferente neste ano – um refúgio para investidores que buscam proteger seu capital da inflação e das oscilações de mercados mais ariscos, como o de ações. Os títulos indexados ao CDI e ao IPCA têm hoje preferência, por garantir retorno acima da inflação e mitigar os riscos associados à desvalorização da moeda.
Apesar do potencial de valorização, o mercado de ações ainda é visto com ressalva, por conta dos efeitos da instabilidade política e econômica no balanço das companhias abertas. O temor é de uma desaceleração mais forte da atividade econômica, sob o peso dos juros altos – o que o governo Lula tem procurado evitar com a criação de novos programas de crédito ao consumidor (se isso lá na frente vai aumentar ainda mais os índices de endividamento, é uma outra história…).
“Queridinhos” durante os tempos pretéritos, os fundos multimercado ainda devem atravessar novos períodos de turbulências, com os investidores preferindo instrumentos de renda fixa “pura”. O problema aqui é que os gestores não têm acertado suas previsões para indicadores como as taxas de juros futuras, o que bate em cheio na rentabilidade.