As vendas de carros usados bateram recorde no Brasil em 2024, com um crescimento de 9,2% quando comparadas a 2023. Foram, segundo a Fenauto, 15.777.594 veículos negociados, o melhor resultado desde 2011, quando a associação passou a divulgar os dados. Mas os resultados positivos também geram problemas: o setor de usados está na mira de golpistas, que se aproveitam do momento.
Os golpes mais comuns com carros usados:
Golpe do falso intermediário – Golpistas colocam-se como intermediários da negociação, copiando o anúncio on-line. Na hora de visitar o carro, quem vai é um real interessado no carro. Mas cria-se uma história e o dinheiro não é pago a quem realmente está vendendo o carro, mas sim para o golpista.
Venda de carros clonados – Carros com placas clonadas ou documentos falsificados são colocados à venda. Os compradores podem acabar com um veículo ilegal ou até mesmo apreendido.
Anúncio falso com pagamento antecipado – Golpistas criam anúncios atrativos, mas em cidades distantes. Para que o interessado não perca aquele negócio aparentemente tão bom, os golpistas pedem pagamentos antecipados como forma de sinal para garantir o negócio. E desaparecem.
Carros com histórico de sinistro ou leilão oculto – Veículos com histórico de acidentes graves, passagem por leilão ou até mesmo roubo são vendidos sem que o comprador seja informado.
Fraudes em documentos – Documentos adulterados ou falsificados são apresentados como autênticos, induzindo o comprador ao erro e comprometendo a legalidade da compra.

Assim, é preciso reforçar os cuidados na hora de se comprar ou vender carros, especialmente pela internet. Não realizar pagamentos antecipados e pesquisar sobre o comprador ou o vendedor são algumas das principais dicas para não se cair em golpes, mas há outros tipos. Abaixo, elencamos, ao lado da plataforma Olho no Carro, os principais golpes e como proteger-se deles.
Não faça pagamentos antecipados ou a terceiros/intermediários
Seja por telefone, aplicativos de mensagens ou pessoalmente, não caia em conversas que envolvam “urgência” no pagamento do veículo ou um sinal para garantir a compra, especialmente se a negociação for entre pessoas físicas desconhecidas. Há o risco de que quem recebeu o dinheiro suma – sem, é claro, entregar o veículo.
Desconfie também se houver uma solicitação de pagamento em contas de terceiros, que podem ser laranjas (cúmplices ou não), ou se houver alguma pessoa intermediando a negociação. Em caso de golpe, isso será mais um fator dificultador para rastrear e recuperar o dinheiro.
Desconfie de preços muito baixos
É natural que haja diferenças de preços entre carros semelhantes anunciados, seja por questões como quilometragem, estado, versão ou acessórios, ou por motivos pessoais, como para quem precisa (de fato) do dinheiro com urgência. Mas desconfie quando a oferta for atraente demais.
Por isso, sempre faça buscas em sites especializados em vendas para checar os valores médios de veículos semelhantes. A tabela Fipe também é uma boa referência.
Pesquise sobre o vendedor
Seja pessoa física ou loja, é fundamental que se procure saber algo sobre o vendedor/comprador. A dica é buscar sobre a reputação em sites especializados, redes sociais ou sites destinados a assuntos de justiça. Também desconfie quando o número de telefone e/ou WhatsApp for com DDD muito distante do local do anúncio.
Veja o veículo e procure saber do histórico
Não compre carros “no escuro” por pressão ou até por própria vontade, caso não conheça o vendedor e a procedência do veículo. É essencial avaliar o estado do veículo pessoalmente, única situação possível para analisar aspectos, como possíveis danos de lataria e mecânica. Além disso, é a única forma de se realizar um test drive, onde problemas mecânicos podem aparecer.
Por fim, consulte o histórico do veículo – não apenas de manutenção, mas também de possíveis roubos, acidentes, passagens de leilão e outras pendências legais, financeiras ou jurídicas.
Anúncios e carros clonados
A clonagem tem sido cada vez mais comum em anúncios online, mas existem duas modalidades diferentes. A primeira, é sobre clonagem de anúncios. Golpistas copiam anúncios, com direito a fotos da loja e do carro, mas com contatos diferentes. Assim, o comprador faz negócio e/ou disponibiliza dados pessoais a criminosos, acreditando ser para uma empresa idônea.
O segundo tipo é para veículos clonados, onde veículos com placas clonada e documentos falsificados são anunciados. Esse tipo de negócio pode resultar em uma compra de um carro inexistente ou de um carro ilegal, com possibilidade ainda de ser roubado.