Militantes do PSDB iniciaram uma campanha interna para evitar que o partido se funda ou seja incorporado a outra legenda, perdendo assim sua identidade. O movimento começou com filiados na cidade de São Paulo, mas começou a ser replicado em outros locais do país, diz Fábio Zanini, da coluna Painel.
Na segunda-feira (27), o grupo redigiu um manifesto pedindo que a legenda seja reconstruída, em vez de extinta.
“Fusão ou incorporação é o suicídio de nossos ideais e propósitos perante a nação. Não é para tanto que o PSDB existe, após tantas lutas sustentadas por seus fundadores”, diz o documento, que cita ícones tucanos como os ex-governadores paulistas Franco Montoro e Mário Covas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador cearense Tasso Jereissati e os ex-ministros José Serra e Sergio Motta.
O PSDB debate seu futuro em várias frentes e promete tomar uma decisão até abril no máximo. Entre as hipóteses cogitadas estão fundir-se com PSD ou MDB ou ser incorporado por uma delas, o que na prática significaria o fim da legenda, criada em 1988. Outra possibilidade é uma federação com o Podemos.
O partido teve sucessivas derrotas eleitorais nos últimos anos e encolheu em número de prefeitos, deputados e senadores.
O manifesto diz que, para reerguer a legenda, é preciso ter bons candidatos nas eleições de 2026 e um bom discurso sobre o desenvolvimento do país.
Um dos responsáveis pela campanha é o ex-vereador paulistano Mário Covas Neto, filho de Covas.
“O que a gente quer é ter voz. Se para decidir candidatos existem prévias com os filiados, para uma discussão como essa também precisa haver consulta ampla ao partido”, diz Covas Neto.
Segundo ele, “seria muito ruim ouvir que um partido que deixou um legado tão bom, a começar pelo Plano Real, vai se perder”.
“A história do PSDB tem de ser mantida. A extinção é o que nos preocupa”, acrescenta o ex-vereador, que retornou à legenda no ano passado após um tempo desfiliado. “Voltei com a ideia de reconstruir o partido”, diz.
Leia a íntegra:
Movimento contra fusão ou incorporação do PSDB.
A história do nosso partido político é pouco conhecida, mormente pelos mais jovens, no tocante à bravura revelada pelo desempenho da candidatura Mário Covas na eleição “solteira” para presidente da República de 1989, a primeira eleição direta para presidente após a redemocratização e a primeira eleição do recém-fundado PSDB.
Foi essa façanha, o resultado eleitoral da candidatura Covas, que criou as possibilidades, por obra do PSDB, no governo Itamar Franco, para a candidatura vitoriosa de FHC em 1994, e à reeleição em 1998, lastreadas no Plano Real, que debelou o longo período do processo inflacionário, que prejudicava os brasileiros, especialmente os mais vulneráveis, realização vistosa que empolgou o país.
Nossa história expressa lições fundamentais para decisões de agora, com o movimento destinado a superar a doença, miopia e tacanhez de fusão ou incorporação, para, objetivando o bem comum e o interesse nacional, tornar-se também memorável, como é o das “Diretas Já”.
1) Precisamos é de bons candidatos a todos os cargos nas eleições de 2026, líderes correligionários que se comprometam a manter-se “longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas”;
2) Precisamos de bom discurso para corresponder, com credibilidade, à ambição de, ao protagonizar o fundamento econômico que é emprego e renda, erguer a perspectiva do desenvolvimento do país que traga prosperidade a todos, sobretudo aos mais vulneráveis.
Os cenários atuais, político e geopolítico, complexos e desafiadores, estão a requerer inteligência e prestígio que só o PSDB pode significar.
CONCLUSÃO: fusão ou incorporação é o suicídio de nossos ideais e propósitos, perante a nação.
Não é para tanto que o PSDB existe após tantas lutas sustentadas por seus fundadores, Montoro, Covas, FHC, Jereissati, Serra, Sérgio Mota e muitos outros líderes, na memória da sociedade, também de todos os estados e municípios do país, cada qual em sua “trincheira”, e não menos importante, por seus filiados valorosos desde sempre, que ainda desfraldam as bandeiras do PSDB.
Vamos, com o que somos e temos, de mãos dadas, sempre!