DeepSeek pressiona setor de energia e infraestrutura e ações despencam

O crescimento da DeepSeek, uma empresa chinesa de inteligência artificial, está enfraquecendo uma das narrativas mais comuns sobre a IA: que ela precisará de enormes quantidades de energia para funcionar.

Um chatbot de IA desenvolvido pela DeepSeek, da China, chegou ao topo da App Store da Apple na segunda-feira, superando o ChatGPT. A DeepSeek afirmou que seu aplicativo pode operar com muito menos poder de computação do que os gigantescos data centers que grandes empresas de tecnologia americanas estão construindo.

A notícia desencadeou uma venda generalizada de ações de tecnologia, afetando também as ações das empresas que são esperadas para fornecer toda essa energia para os data centers das empresas de tecnologia americanas.

Isso inclui produtores independentes de energia como Constellation Energy, Talen Energy e Vistra. Todas as três ações despencaram na segunda-feira, com a Constellation caindo 19%, a Talen 15%, e a Vistra 21%. As três empresas possuem reatores nucleares e usinas de gás natural, cujos valores têm subido à medida que as empresas de tecnologia buscam se conectar a fontes de grandes cargas de energia.

Várias outras empresas que produzem eletricidade também estavam em queda. A Oklo, uma startup que fabrica reatores nucleares, caiu 21%. A Cameco, que produz urânio, teve uma queda de 13%.

As ações de gás natural também estavam caindo. Várias empresas de tecnologia estão dependendo de usinas de gás natural para alimentar seus data centers. A EQT, um dos maiores produtores de gás natural, caiu 7,3%. A fabricante de turbinas de gás natural GE Vernova caiu 18%.

Algumas empresas de infraestrutura também caíram. A Vertiv, que afirma oferecer soluções de resfriamento que “resolvem os desafios complexos decorrentes da revolução da IA”, caiu 24%.

A DeepSeek pode não substituir os grandes modelos de IA americanos, mas a venda de ações de segunda-feira pode levantar dúvidas persistentes sobre as ações dessas empresas de energia. Se modelos mais eficientes forem possíveis, isso significa que os data centers não precisarão consumir tanta energia, o que pode ser problemático para alguns dos maiores beneficiários do ‘boom’ da IA.