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quinta-feira 23 de janeiro de 2025 às 08:28h

Como investir em ações de empresas dos EUA – sem sair da bolsa brasileira

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O mercado de ações dos Estados Unidos é o maior do mundo e os papéis negociados nas bolsas do país representam cerca de 60% do valor de mercado de todas as companhias listadas no mundo. Por isso, não é incomum que o investidor brasileiro volte os olhos para a maior economia global em busca de oportunidades.

Quem quer investir em ações de empresas norte-americanas não precisa sair do Brasil ou ter contas em dólar para fazer isso. Investir na renda variável dos EUA é possível também pela bolsa de valores brasileira.

Existem duas formas principais para investir em empresas internacionais a partir da B3: os BDRs e os ETFs.

Os Brazilian Depositary Receipts não são ações, propriamente, mas certificados de ações emitidos por empresas estrangeiras que permitem aos brasileiros compor suas carteiras com esse tipo de papel. Ele é negociado da mesma forma que uma ação local, com a mesma facilidade e em real.

Até 2020, apenas investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão investidos) podiam investir em BDRs. Desde então, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) permitiu que investidores de varejo também pudessem negociá-los. Atualmente existem mais de 800 BDRs disponíveis na B3.

Já os Exchange Traded Funds são fundos de índices, atrelados a algum indicador. Através deles, é possível acompanhar uma cesta de ativos diferentes com apenas um investimento. Quem deseja aproveitar as oportunidades na bolsa norte-americana, por exemplo, pode comprar um ETF do índice S&P 500, negociado na B3. O S&P 500, abreviação de Standard & Poor’s 500, é um índice composto por quinhentos ativos cotados nas duas principais bolsas dos Estados Unidos, a NYSE e a NASDAQ.

Benefícios e riscos

Como todos os investimentos, BDRs e ETFs têm benefícios e riscos, que devem ser avaliados e levados em conta junto com outros fatores, como perfil de investidor, antes de entrar neste universo.

Para Felipe Amoedo, especialista em ETFs e Criptoativos da HMC Capital, o investimento em BDRs e ETF é positivo pois, não há a necessidade de enviar recursos ao exterior. “E no caso dos ETFs, soma-se o fator diversificação, alcançando temas, setores, indústrias e tecnologias que não estão disponíveis no mercado brasileiro”.

Já Vitor Cavalieri, Head de Internacional da InvestSmart XP, aponta como benefício a oportunidade de reduzir o “risco-Brasil”, através do acesso às empresas globais.

Contudo, ele alerta para o risco cambial, já que a cotação do dólar pode afetar negativamente o valor do BDR, numa eventual desvalorização da moeda americana perante o real.

Como acompanhar investimentos em empresas americanas

Segundo Cavalieri, não existe muita diferença na rotina de quem já investe em ações de empresas brasileiras. “Através do site da sua corretora é fácil acessar informações e análises sobre as empresas americanas, além da importância de se manter informado sobre indicadores econômicos (inflação, juros, desemprego, etc) e geopolíticos (eleições, guerras…)”.

No cenário macroeconômico, o head de internacional da InvestSmart XP aponta que a economia americana está muito forte. “O Banco Central está com dificuldades em trazer a inflação para a meta (2%), mesmo tendo atingido o patamar de juros mais altos dos últimos 15 anos”.

Ainda segundo ele, o mercado espera que algumas medidas propostas pelo presidente recém-empossado, Donald Trump, sejam inflacionárias, como a maior restrição à imigração e o aumento de tarifas de importações para alguns países.

“A tendência é a atividade econômica se manter resiliente, com baixo desemprego, com dólar mais forte. O momento é muito bom para se expor às empresas americanas, tanto pelo contexto fundamentalista das empresas, quanto pelo contexto macro da dominância global do dólar. Mas parte disso já está precificado desde o momento que ele se tornou favorito na disputa.”, destaca.

Já Amoedo afirma que o cenário é positivo para empresas americanas em geral neste ano de 2025. Ele destaca o segmento industrial composto por diferentes setores, e small e mid caps.

“A indústria americana é uma grande beneficiada por legislações como Inflation Reduction Act e CHIPs Act, parte do plano de reshoring dos EUA. Podemos citar setores como Energia (geração, distribuição e infraestrutura elétrica, óleo e gás), Tecnologia (AI, Cibersegurança, Criptoativos). Essa dinâmica também favorece o setor financeiro, em especial bancos que atuam diretamente com empresas small/mid caps”, aponta.

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