Coordenadora do MBL diz que pode votar com o PT em São Paulo

Após ficar conhecida pelos vídeos virais em que provoca eleitores do presidente Lula da Silva (PT), a vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil), coordenadora nacional do MBL (Movimento Brasil Livre), disse segundo  Danielle Brant, da coluna Painel, que pode votar a favor de projetos do PT que considere positivos para São Paulo.

“É claro que acredito que a maior parte do que vem eu não vou concordar. Mas se vier algo que é bom, eu também posso votar. Não tem nada que ‘ai meu Deus, é do PT então eu não vou nem ler’. Não pode ter essa rixa só ideológica, tem que ser de propostas”, afirma.

A jovem promete moderação em sua atuação na Câmara Municipal e afirma que quer “tirar essa carinha de briguenta” que construiu diante de quase 1 milhão de seguidores no Instagram. Ela admite ter “tido que gritar” para ser notada e chegar ao cargo, já que fez uma campanha com apenas R$ 5.000 em 2020.

Vettorazzo se identifica como uma vereadora independente —ou seja, que não deve seguir todos os acordos costurados pelo União Brasil de Milton Leite—, mas nega estar no grupo dos “barulhentos”: um conjunto de novos influenciadores de direita eleitos que prometem embates mais calorosos no plenário.

“Não precisa ser independente e barulhento. Mas, se precisar, claro que a gente faz barulho”, responde ela. “A gente vai tentar no diálogo, mas por exemplo, se tiver uma política pública de que todas as escolas vão ter apresentação trans para as criancinhas, não importa, eu vou fazer barulho”, completa.

Em sua primeira sessão, em 1º de janeiro, a vereadora se absteve na hora de votar em Hélio Rodrigues (PT) para primeiro secretário da Mesa Diretora da Casa. Não cumpriu, assim, o acordo que se repete há vários anos entre a base do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o PT, que, em troca, ajudou a eleger Ricardo Teixeira (União) como presidente.

O PL também rachou, com três de seus sete vereadores votando contra o nome petista e sinalizando que pode haver uma dificuldade maior para Nunes em obter consensos nesta legislatura. Na ala mais bolsonarista estão o influenciador Lucas Pavanato, a pastora Sonaira Fernandes e a cubana Zoe Martínez.

Vettorazzo afirma não ter participado da gritaria no plenário naquele dia, quando seus colegas da direita e parlamentares de esquerda trocaram por alguns minutos gritos de “Lula ladrão e “sem anistia”. Diz que não sabia o que fazer e ficou paralisada.

Na ocasião, ela circulou pelos vereadores e conseguiu as 19 assinaturas necessárias para protocolar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as invasões de movimentos sem-teto na cidade. A proposta é igual a uma outra de Pavanato, que também conseguiu as assinaturas.