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quarta-feira 8 de janeiro de 2025 às 07:39h

Quem vai suceder a Justin Trudeau como primeiro-ministro do Canadá?

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Ao anunciar sua renuncia na segunda-feira (6), Trudeau disse que tencionava se manter como primeiro-ministro até ser selecionado um novo líder do partido.

O Canadá tem que encontrar um novo líder antes da reabertura do Parlamento canadiano, até 24 de março. Mas quem quer que se tornar primeiro-ministro pode não ficar no cargo durante muito tempo.

O atual primeiro-ministro, Justin Trudeau, renunciou após um longo e acentuado declínio na popularidade. Entre os fatores que estiveram na origem desta queda contam-se o aumento do custo de vida e da habitação, bem como o aumento da imigração. Mas o golpe político final para Trudeau foi a demissão da sua poderosa e leal ministra das Finanças, Chrystia Freeland.

Trudeau disse que vai permanecer no cargo até que o seu partido selecione um líder para lhe suceder. Mas os três principais partidos da oposição canadiana prometeram derrubar o governo liberal na primeira oportunidade, através de uma moção de censura, o que, por sua vez, provocaria eleições.

Eis os nomes que podem sair vencedores

Não é frequente os governadores dos bancos centrais serem comparados a estrelas de rock. Mas Mark Carney, o antigo diretor do Banco do Canadá, foi considerado isso mesmo em 2012, quando se tornou o primeiro estrangeiro a ocupar o cargo de governador do Banco de Inglaterra desde a criação da instituição em 1694.>

Mark Carney, que desempenhou as funções de governador do Banco do Canadá e do Banco de Inglaterra, discursa numa conferência, a 28 de novembro de 2024.
Mark Carney, que desempenhou as funções de governador do Banco do Canadá e do Banco de Inglaterra, discursa numa conferência, a 28 de novembro de 2024.Aurelien Morissard/Copyright 2025 The AP. All rights reserved.

Carney é um economista altamente qualificado, com experiência em Wall Street, amplamente reconhecido por ter ajudado o Canadá a evitar o pior da crise económica mundial de 2008, por ter ajudado o Reino Unido a gerir o Brexit e por ter uma reputação de ser um regulador duro.

Embora não tenha experiência eleitoral, Carney disse num comunicado que se sente encorajado pelo apoio que recebeu, afirmando que está a ponderar a sua decisão com a família nos próximos dias.

Entretanto, Freeland, que se demitiu recentemente, também pode ser candidata.

Trudeau disse a Freeland, no mês passado, que já não queria que ela fosse ministra das Finanças, mas que poderia continuar a ser vice-primeira-ministra e a pessoa responsável pelas relações entre os Estados Unidos e o Canadá.

A antiga ministra das Finanças e vice-primeira ministra, Chrystia Freeland, no Parlamento, em Ottawa, a 11 de dezembro de 2024.
A antiga ministra das Finanças e vice-primeira ministra, Chrystia Freeland, no Parlamento, em Ottawa, a 11 de dezembro de 2024.Aurelien Morissard/Copyright 2025 The AP. All rights reserved.

Um funcionário próximo de Freeland disse à Associated Press que ela não podia continuar a exercer o cargo de ministra, uma vez que já não gozava da confiança de Trudeau. Depois de se ter demitido, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou a Freeland “totalmente tóxica” e “nada propícia à realização de acordos”.

Falando após a demissão de Trudeau, esta fonte acrescentou que, embora seja demasiado cedo para fazer declarações, Freeland vai falar com os colegas esta semana e discutir os próximos passos.

Enquanto ex-jornalista liberal que faz parte do conselho de administração do Fórum Económico Mundial, Freeland personifica várias coisas conhecidas por irritar Trump. Como tem ascendência ucraniana, tem sido também uma firme apoiante da Ucrânia na guerra contra a Rússia, ao contrário de muitas figuras-chave da nova administração Trump.

Outro possível candidato é o novo ministro das Finanças, Dominic LeBlanc, antigo ministro da Segurança Pública e amigo próximo de Trudeau, chegando mesmo a tomar conta do primeiro-ministro em criança. Foi recentemente visto num jantar com Trump em Mar-a-Lago, na Florida.

Relações tensas com os EUA

É improvável que um novo primeiro-ministro canadiano seja nomeado antes da tomada de posse de Trump, a 20 de janeiro, um marco que coloca sérios problemas políticos.

O presidente eleito dos Estados Unidos começou a agitar as relações com o Canadá, referindo-se repetidamente ao país como o “51º Estado” dos Estados Unidos e ameaçando impor direitos aduaneiros de 25% sobre todos os produtos canadianos, se o Governo não travar o que afirma ser um fluxo de migrantes e drogas para os Estados Unidos.

Trump continua preocupado com o défice comercial dos EUA com o Canadá, que descreveu como um subsídio. Se aplicar mais tarifas ao Canadá, como está a ameaçar fazer, poderá seguir-se uma guerra comercial.

Donald Trump e o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, na Casa Branca, em Washington, a 11 de outubro de 2017
Donald Trump e o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, na Casa Branca, em Washington, a 11 de outubro de 2017Aurelien Morissard/Copyright 2025 The AP. All rights reserved.

Em contrapartida, o presidente cessante dos EUA, Joe Biden, tem sido um aliado próximo de Trudeau, afirmando, após a sua demissão na segunda-feira, que os EUA não encontrarão “nenhum melhor aliado, nenhum parceiro mais próximo e nenhum amigo mais firme”.

“A aliança entre os EUA e o Canadá é mais forte graças a ele”, afirmou Biden num comunicado. “Os povos americano e canadiano estão mais seguros graças a ele. E o mundo está melhor por causa dele”.

“Tenho orgulho em chamar-lhe de meu amigo. E vou ficar eternamente grato pela sua parceria e liderança”.

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