O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tem recebido diversos apelos conforme a colunista Bela Megale, do O Globo, para não deixar o governo. Na última conversa que teve com Lula da Silva (PT) sobre seu desejo de sair da pasta, há menos de um mês, o presidente foi enfático ao pedir para Múcio permanecer no cargo. As solicitações, porém, não têm surtido efeito.
Integrantes do governo próximos ao ministro da Defesa afirmam que ele segue decidido a deixar o cargo. A avaliação é que Múcio não pretende ficar mais do que três meses na Esplanada dos Ministérios.
Ainda existe no Palácio do Planalto a expectativa de que o ministro mude de ideia e ceda à pressão de Lula para seguir no posto. O presidente deixa claro que não vê um nome com a habilidade de Múcio para substituí-lo e realizar a interlocução entre o governo federal e os militares.
Na cúpula das Forças Armadas, a avaliação é similar. O ministro da Defesa é considerado na caserna a melhor escolha para intermediar a relação, que tem altos e baixos.
Na sexta-feira, Múcio entrou em campo, mais uma vez, para colocar panos quentes na crise deflagrada pelo vídeo divulgado pela Marinha no início de dezembro. Na gravação, a Força ironizou o que seriam “privilégios” aos militares, em uma crítica indireta ao pacote de ajuste fiscal do Ministério da Fazenda. O ministro levou o comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, para uma conversa com Lula.
A próxima missão de Múcio será a participação do ministro e dos chefes das Forças Armadas no ato sobre os dois anos dos ataques golpistas de 8 de janeiro.