Dois pilotos da Marinha dos Estados Unidos sobreviveram a um ataque neste domingo (22) de um navio de guerra do seu próprio país. O avião caça que pilotavam estava sobrevoando o Mar Vermelho quando por um erro, foi abatido por um míssil disparado de um cruzador norte-americano, anunciaram fontes militares.
“As análises preliminares indicam que um dos membros da tripulação sofreu ferimentos ligeiros”, declarou o Comando Central dos Estados Unidos para o Médio Oriente (Centcom), em comunicado.
“O incidente não foi resultado de fogo hostil”, tendo sido aberta uma investigação sobre um “caso suspeito de fogo amigo”, admite a mesma fonte.
De acordo com o Centcom, o cruzador de mísseis guiados USS Gettysburg “disparou por engano (…) e atingiu” um caça F/A-18 onde iam os dois pilotos da Marinha norte-americana. Este caça tinha descolado do porta-aviões USS Harry S. Truman.
Os Estados Unidos criaram uma coligação naval multinacional no Mar Vermelho em resposta aos ataques perpetrados há meses ao largo das costas do Iémen pelos rebeldes Huthis, que perturbam o tráfego no mar Vermelho e no golfo de Aden, uma zona marítima essencial para o comércio mundial.
Os rebeldes, que controlam vastas áreas do Iémen e são apoiados pelo Irã, atacam navios que acreditam estar ligados a Israel, afirmando que estão agindo em solidariedade com os palestinianos no contexto da guerra sangrenta que decorre na Faixa de Gaza de Israel contra o movimento islamita palestiniano Hamas, um conflito que tem levado à morte e ferimento de dezenas de milhares de civis inocentes, designadamente crianças.
Estes ataques dos Huthis levaram Washington a atacar alvos rebeldes no Iémen, por vezes com a ajuda do Reino Unido.
No sábado, os Estados Unidos afirmaram ter atingido instalações militares Houthis na capital do Iémen, Sana, algumas horas depois de um ataque reivindicado pelos rebeldes ter feito 16 feridos ligeiros no centro de Israel.
Drones rebeldes e mísseis de cruzeiro foram também abatidos sobre o Mar Vermelho, indicou o Centcom.