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Pesquisa 'A Cara da Democracia' mediu como os brasileiros reagem a apoios de Lula e de Bolsonaro a candidatos às prefeituras em 2024 — Foto: Editoria de Arte/o Globo
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quarta-feira 18 de dezembro de 2024 às 09:33h

Eleitores de Lula confiam mais no Estado, e os de Bolsonaro, em empresas e militares

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Os eleitores do presidente Lula da Silva (PT) confiam mais nas instituições, em geral, do que os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mostra pesquisa Datafolha. Os únicos setores que têm maior credibilidade entre os bolsonaristas são as Forças Armadas e as grandes empresas brasileiras.

Entre os que votaram no petista nas últimas eleições presidenciais, 87% dizem confiar um pouco ou muito na Presidência da República; 82%, no Ministério Público; 81%, na imprensa e no Poder Judiciário; e 79%, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Do outro lado, os que optaram por Bolsonaro em 2022 colocam no topo ranking as companhias privadas (81%) e os militares (77%). Logo depois aparecem também o Ministério Público (65%), a imprensa (60%) e o Judiciário (59%), mas em níveis bastante inferiores aos de lulistas.

O STF é o que gera maior ceticismo nesse grupo: apenas 36% dizem confiar na corte e 37%, na Presidência. O ministro Alexandre de Moraes e o presidente Lula são, frequentemente, os principais alvos de críticas e protestos bolsonaristas nas ruas.

Ambos estariam na mira de uma trama golpista revelada em inquérito concluído pela Polícia Federal em novembro, que indiciou 40 pessoas (incluindo 28 militares), sob suspeita de formar uma organização criminosa para tentar manter Bolsonaro no poder em 2023, após sua derrota nas urnas.

Apesar de as empresas e as Forças Armadas acumularem mais credibilidade entre bolsonaristas, a maioria dos lulistas também afirma confiar nesses dois setores (78% no primeiro e 72% no segundo). Considerando as margens de erro da pesquisa, os níveis são semelhantes nos dois grupos de eleitores.

Já o Congresso Nacional aparece mais abaixo nas avaliações, com 65% de confiança entre votantes do petista e 51% entre os do ex-presidente. Os partidos políticos, por sua vez, estão entre as instituições mais desacreditadas por ambos os lados (58% e 41% dizem confiar neles, respectivamente).

O Datafolha saiu a campo na última quinta (12) e sexta (13) e entrevistou 2.002 pessoas em 113 municípios pelo país. A margem de erro total é de dois pontos percentuais, mas sobe para três pontos no grupo que votou em Lula e para quatro no que votou em Bolsonaro.

O levantamento mostrou que, na média geral, o nível de confiança nos militares está novamente em seu pior nível numérico da série histórica iniciada em 2017. A instituição, porém, segue sendo a mais confiável aos olhos dos brasileiros: 74% dizem confiar muito ou um pouco nela.

O instituto também perguntou aos brasileiros qual é o principal problema do país, considerando as áreas de responsabilidade do governo federal. A saúde despontou tanto entre eleitores de Lula (24% a citaram espontaneamente) quanto de Bolsonaro (19%), como é frequente nesse tipo de pesquisa.

A violência também está no topo das preocupações dos dois grupos (13% e 12%, respectivamente). Em seguida, porém, os apoiadores do atual presidente mostram maior inquietação com o desemprego e a fome ou a miséria, enquanto os eleitores do ex-presidente dão mais destaque à economia e à corrupção.

O Datafolha indica ainda que um terço dos que votaram em Lula acha que, até agora, o presidente fez menos pelo país do que se esperava (número que chega a 81% entre eleitores de Bolsonaro). Outros 37% dos seus apoiadores acham que ele fez o que se esperava e 28%, que superou as expectativas.

Lulistas e bolsonaristas têm, naturalmente, avaliações opostas sobre o trabalho do atual governo. Entre os primeiros, 66% consideram que o presidente Lula completa seu segundo ano de mandato com uma boa ou ótima gestão, 27% a consideram regular e 7%, ruim ou péssima.

No segundo grupo, a percepção se inverte: 68% consideram o governo ruim ou péssimo, 23%, regular, e apenas 8%, bom ou ótimo. As tendências são parecidas quando os entrevistados são perguntados sobre como será o desempenho da administração federal daqui para frente.

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