A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) reagiu à menção ao agronegócio que aparece em relatório da Polícia Federal no caso da prisão do general e ex-ministro Walter Braga Netto. Em nota, a Frente defendeu que as investigações sejam conduzidas “com urgência e rigor” e de “forma imparcial”.
Segundo depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, que fez acordo de delação premiada, o general Braga Netto teria sido responsável por financiar as ações dos chamados Kids pretos, um grupo de militares que planejou matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e ministros do Supremo Tribunal Federal.
De acordo com o relato de Mauro Cid, o general Braga Netto teria declarado que conseguiu arrecadar os recursos junto a representantes do “agronegócio”. Para a FPA, o caso retrata apenas uma “ação isolada”. O dinheiro foi entregue aos Kids pretos em caixas de vinho.
O relatório da Polícia Federal não identifica quem teria enviado o dinheiro. A FPA é uma das bancadas mais importantes do Congresso Nacional, com 340 membro, — 290 deputados e 50 senadores. O grupo é comandado pelo deputado federal Pedro Lupion (PP-PR).
A defesa do general da reserva afirmou neste sábado, 14, que vai comprovar que ele não atuou para atrapalhar as investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022.
Na nota, a FPA diz que que essas “ações isoladas” podem “ser usadas para generalizar e comprometer a imagem de um setor econômico composto por mais de 6 milhões de produtores e que desempenha papel fundamental no desenvolvimento do País”.
“A FPA reforça a importância de que as investigações sejam conduzidas com urgência e rigor, apurando todos os indícios de ações criminosas de forma imparcial”, afirma a frente, no comunicado, também pedindo que as investigações sejam conduzidas de “forma legal, transparente e equilibrada” e de acordo com a Constituição. “A FPA destaca a necessidade de que as investigações sejam conduzidas de forma legal, transparente, equilibrada e em estrita observância ao que determina a Constituição Federal.”
O plano ‘Punhal Verde e Amarelo’, apreendido com o general reformado do Exército Mário Fernandes — ex-secretário-executivo da Presidência do governo Bolsonaro — envolvia a tentativa de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes. Em troca de mensagens durante o desenho da estratégia do ataque, Cid estima que precisaria de R$ 100 mil para custear a logística do plano. Cid diz também afirma que estariam arregimentando pessoas do Rio de Janeiro para o apoio do ato.