Os rebeldes que assumiram o poder na Síria decidiram suspender todas as leis durante o período de transição, que deve durar até março. Enquanto o país enfrenta instabilidade, cresce a preocupação com o fortalecimento do Estado Islâmico (EI), organização terrorista que já aterrorizou o mundo e agora busca se reorganizar.
Nos últimos dias, a Turquia intensificou ataques contra milícias curdas no norte da Síria. O governo turco considera esses grupos uma ameaça e os classifica como terroristas. No entanto, os curdos, que são uma etnia com idioma e cultura próprios, têm sido aliados importantes no combate ao Estado Islâmico.
O comandante das Forças Democráticas da Síria, uma aliança curda apoiada pelos Estados Unidos, alertou que o Estado Islâmico está se fortalecendo, enquanto os curdos têm sido obrigados a redirecionar suas tropas para lidar com os ataques turcos. Uma das áreas afetadas é o campo de Al-Hawl, onde milhares de membros do Estado Islâmico estão presos.
O Estado Islâmico já foi responsável por 140 ataques em 31 países nos últimos dez anos, incluindo atentados na França, Reino Unido, Estados Unidos, Irã e Rússia. Este ano, o grupo assumiu a autoria de ataques que mataram mais de 100 pessoas no Irã e 145 na Rússia.
A situação é ainda mais complexa porque os rebeldes que agora governam a Síria, e que também avançam contra os curdos, já tiveram ligações com organizações como a Al-Qaeda e o próprio Estado Islâmico. O comportamento desses grupos no poder será determinante para o futuro da Síria e para o ressurgimento ou não de um dos piores grupos terroristas da história.