Vice-presidente apresentou metas da Missão 5 para 2026 e 2033 e anunciou cadeias prioritárias do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial
Investimentos na bioeconomia, transição energética e descarbonização. Essas são algumas das prioridades da Missão 5 da Nova Indústria Brasil (NIB), apresentada nesta última quinta-feira (12) pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), durante a 4ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o Conselhão.
Isso significa promover a indústria verde e, entre outras metas, reduzir a intensidade das emissões de gases de efeito estufa por unidade de produto. O vice-presidente reforçou que um dos objetivos para 2026 é ampliar em 27% – e em 2033 para 59% -, o uso de biocombustíveis e elétricos na matriz energética de transporte. Além disso, a NIB irá ampliar o uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em mais de 10%, em 2026, e 30%, em 2033.
“O Brasil continua sendo um modelo de eficiência no uso da energia limpa e o governo seguirá trabalhando para ser referência para o mundo neste tema.Qual país do mundo tem 27% de etanol na gasolina? Ninguém tem.E nós podemos subir para 30% de etanol na gasolina e depois ampliar ainda mais”, ressaltou Alckmin. “E 85% da nossa frota é flex, pode ser gasolina ou etanol. Biodiesel, biogás, hidrogênio de baixo carbono, diesel verde. São inúmeras as oportunidades na indústria mais verde. Vamos descarbonizar.”
NOVAS METAS – Na reunião, o vice-presidente ainda apresentou as outras novas metas da Missão 5 para 2026 e 2033. Além da promoção da indústria verde, ele anunciou as cadeias prioritárias, aprovadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).
Nesta fase da Nova Indústria Brasil, o CNDI definiu seis cadeias prioritárias para o desenvolvimento industrial da Missão 5: diesel verde e combustível sustentável da aviação (SAF); hidrogênio de baixa emissão de carbono; biometano; aço e cimento verde; aerogeradores; e painéis solares.
A escolha levou em conta os objetivos específicos das missões, a existência de capacidades locais construídas, o potencial de geração de exportações de alta intensidade tecnológica, o impacto para a cadeia produtiva e para a geração de empregos qualificados.
INVESTIMENTOS – Ao todo, foram anunciados durante o Conselhão R$ 468,38 bilhões de investimentos privados e públicos para a Missão 5 da Nova Indústria Brasil, com a proposta de otimizar a eficiência energética. Deste total, R$ 88,3 bi são recursos públicos de linhas de crédito para projetos que envolvam atividades como inovação, exportação, produtividade,sendo que R$ 74,1 bilhões já foram contratados entre 2023 e 2024. Outros R$ 14,2 bilhões estarão disponíveis para 2025 e 2026.
O vice-presidente também informou que o setor privado irá investir R$ 380,1 bilhões em projetos até 2029 relacionados à Missão 5. A previsão é de uma injeção em diversos setores, o que gera mais empregos, além de promover uma indústria mais competitiva e sustentável.
Durante a reunião, a Finep e o BNDES lançaram chamada pública, no valor de R$ 6 bilhões, para o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis de aviação e navegação, duas janelas de oportunidade para a indústria nacional. E o Plano Mais Produção (P+P), braço de financiamento da NIB, tem R$ 507 bilhões em linhas de crédito para financiamento das ações de desenvolvimento industrial entre 2023 e 2026.
Na linha do Mais Inovação, a Finep irá aprovar projetos que vão impulsionar a bioeconomia, energias renováveis e saneamento, resíduos e moradia. São iniciativas realizadas por empresas em parceria com Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs).
ESPAÇO DE DEBATES – A 4ª Plenária do Conselhão durou todo o dia e debateu uma série de temas. : “Queria relembrar a todos uma característica deste Conselho, que não é apenas um espaço de palavras, de diálogo, de discurso, mas de ação e de produção para o governo”, afirmou o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Alexandre Padilha, na abertura do evento.
Durante as reuniões, houve um balanço de dois anos do Conselhão, incluindo uma análise dos indicadores de redução da desigualdade, além da atuação empresarial e do reposicionamento do Brasil na agenda econômica internacional.
No segundo bloco, foram apresentados os contratos e editais já entregues pelo Governo Federal, “como a assinatura pelo presidente Lula de um decreto que recompõe o Comitê de Transformação Digital, que foi uma demanda trazida aqui pelos grupos, um dos grupos de trabalho das Câmaras Técnicas do Conselho”, citou Padilha.
“Também temos a honra de, aqui, comemorarmos a sanção integral do novo marco regulatório de crédito de carbono no nosso país. Foi um debate que teve um envolvimento direto dos conselheiros e conselheiras”, acrescentou.
CONSELHÃO – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável é um colegiado composto por representantes da sociedade civil e considerado um importante espaço de fortalecimento das instituições e da democracia brasileira, pois possibilita exercer a escuta ativa de representações da sociedade brasileira, considerando sua complexidade e heterogeneidade.
É tido como um dos mais importantes instrumentos de participação social do país, sendo um órgão de assessoramento direto ao presidente da República para a formulação de políticas e de diretrizes voltadas ao desenvolvimento econômico, social e sustentável do país.
“Este Conselho está aqui para incentivar e empurrar o governo para a formulação de políticas. Este governo foi eleito para enfrentar os problemas das desigualdades históricas neste país e nós estamos aqui para lembrar isso. Temos feito nosso trabalho e esperamos que o governo possa ouvir e colocar em prática as formulações que este Conselho tem apresentado”, reforçou o conselheiro Douglas Belchior, membro do Comitê Gestor do Conselhão e representante da Câmara Técnica de Combate à Desigualdade.