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O túmulo de Hafez al-Assad (1930-2000), pai do presidente sírio deposto Bashar al-Assad, foi incendiado nesta última quarta-feira (11) em Qardaha, cidade natal da família na Síria.
Vídeos verificados pela Associated Press mostram homens armados gritando palavras de ordem, enquanto circulavam ao redor do mausoléu em chamas. Hafez al-Assad governou a Síria de 1971 até sua morte, em 2000, quando o poder foi transferido ao filho, Bashar.
No domingo (8), rebeldes sírios liderados pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS) anunciaram que o governo de Bashar al-Assad foi deposto após uma onda de militantes protestarem na capital do país, Damasco. A informação foi divulgada por meio de um pronunciamento televisionado pelo canal estatal sírio.
Em decorrência disso, Bashar al-Assad fugiu para Rússia, país onde mantem alianças com Vladimir Putin. Com a ausência do líder, o palácio presidencial foi saqueado e estátuas da família Assad foram derrubadas em todo o país. Prisioneiros políticos também teriam sido libertados.
A queda sucedeu uma onda de protestos no país do Oriente Médio após Bashar al-Assad reprimir a população em 2011, mergulhando a Síria em uma guerra civil que se arrastou até os dias atuais. Durante esses anos de instabilidade social, pelo menos meio milhão de pessoas foram mortas e centenas deixaram o país. +Queda de Bashar al-Assad gera incertezas para refugiados sírios
Quem foi Hafez al-Assad
Hafez al-Assad nasceu e cresceu em uma família alauíta, uma minoria religiosa do islamismo xiita na Síria. Ele chegou ao poder em 1970 após um golpe de Estado e governou o país por três décadas, permanecendo no comando até sua morte por ataque cardíaco em 2000.
Durante seu governo, marcado por forte repressão, as forças de segurança perseguiam rotineiramente opositores políticos. Após sua morte, o poder foi transferido para seu filho, Bashar al-Assad.
Antes de liderar a Síria, Hafez al-Assad ocupou cargos importantes, como ministro da Defesa e comandante da Força Aérea. Ele desempenhou um papel crucial na luta pelo poder dentro do partido Baath, em 1966, o que foi decisivo para sua ascensão à liderança na década de 1970.
