Os trabalhadores que atuam diretamente com atendimento ao público, como caixas e operadores de telemarketing, da área jurídica são os que mais apresentam queixas relacionadas a saúde mental, de acordo com estudo feito pela consultoria Gattaz Health e publicado por Bruno Pavan, da revista IstoÉ Dinheiro.
Segundo o levantamento, 13% apresentaram quadro de depressão grave e 43% apresentaram queixas de alguns sintomas. A pesquisa também apontou que 24% dos trabalhadores possuem sintomas de ansiedade e 5% apresentam um quadro grave da doença.
Na vice liderança, ficaram os profissionais da área jurídica. Já a terceira área com mais funcionários com mais sintomas ligados a depressão, ansiedade e burnout é a de multi-saúde, que engloba os trabalhadores de hospitais, exceto os médicos e profissionais de enfermagem.
Como foi feita a pesquisa
Foram ouvidos mais de 100 mil funcionários de 35 empresas brasileiras.
“Existe aquele tipo de ansiedade ou depressão que apresenta alguns fatores, mas não é paralisante. O questionário consegue separar esses tipos de diagnósticos por setores e assim as empresas conseguem atuar de uma forma melhor na identificação e combate desses quadros”, afirmou.
Outro dado que aponta a necessidade de um debate mais aprofundado sobre saúde mental e os quadros de depressão no país é o aumento nas vendas de medicamentos antidepressivos no Brasil em 2024 em comparação com 2023.
Levantamento do hub de negócios e bem-estar Interplayers aponta que o consumo desses medicamentos aumentou 16% entre agosto de 2023 e julho de 2024. Entre fevereiro e julho deste ano, o aumento foi maior: 21%.
A pesquisa revela um crescimento significativo nas vendas na região Sudeste. Entre fevereiro e julho de 2024, Minas Gerais registrou alta de 35%, seguido por Rio de Janeiro (27%) e São Paulo (16%). Em contraste, o Rio Grande do Sul apresentou redução de 1% no mesmo período.
“Os índices de crescimento nas vendas de antidepressivos refletem uma demanda maior por tratamentos, além de evidenciar uma necessidade urgente de intensificar os esforços de conscientização e prevenção em relação às doenças mentais”, declara Tales Godoy, diretor de Data & Analytics da ECS.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quadros de saúde mental custam mais de US$ 3,5 trilhões para as empresas por ano. Esse prejuízo envolve questões como absenteísmo, turnover e o presenteísmo, quando um funcionário se apresenta ao trabalho, mas não consegue render de forma adequada. A OMS também aponta que a cada US$ 1 investido em saúde mental dá um retorno de US$ 5 para a economia mundial.
“As empresas já estão conscientes de que isso leva também a um prejuízo financeiro”, encerrou Gattaz.