Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina, deverá assistir na manhã de hoje à confirmação da sua condenação por corrupção. É o que se prevê em Buenos Aires.
A sentença original é de 2022 e determina que cumpra seis anos de cadeia por fraudes em licitações de obras públicas. Ela apelou e, hoje, será lido o resumo das 1.500 páginas reafirmando o veredito em segunda instância.
Cristina vai apelar à Corte Suprema e não deverá ser presa até que seu último recurso judicial seja julgado – isso pode demorar e, no limite, pode solicitar prisão domiciliar por ser septuagenária.
No entanto, corre o risco de vir a ser declarada inelegível aos 71 anos de idade, caso o Congresso argentino aprove a versão local da Lei da Ficha Limpa. Existe a possibilidade dessa nova legislação ser aprovada no primeiro semestre do ano que vem.
Seria o epílogo de uma bem-sucedida carreira de três décadas na política. Ela foi deputada federal, senadora por duas vezes, vice-presidente da República e presidente por dois mandatos. É a principal referência, e a mais polêmica figura, do partido peronista.
Cristina nega tudo. Atribui esse e outros processos (foi absolvida em três) a uma perseguição política e judicial, sempre evocando o caso Lula na Lava Jato, anulado pelo Supremo Tribunal Federal.
Peronistas programaram um protesto em Buenos Aires. Aliados de Cristina pediram o apoio de Lula e do Partido dos Trabalhadores. Prevê-se discreta participação de ativistas do PT residentes na Argentina.