O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, elogiou nesta terça-feira, 12, Fernando Haddad e disse que o ministro da Fazenda está “trabalhando intensamente” para que o Brasil retome o chamado grau de investimento.
Embora não tenha citado especificamente a questão fiscal como primordial para a retomada da classificação, Mercadante frisou, durante participação no “Fórum Estadão Think”, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, que alguns “pessimistas” com o Brasil já foram derrotados no que se refere às projeções de Produto Interno Bruto (PIB), e que serão derrotados novamente, agora na questão fiscal.
Na avaliação de Mercadante, é importante que a retomada do grau de investimento seja colocada “como meta” para o País. Ele destacou que hoje o “leque” de investimentos globais que o Brasil pode receber é de cerca de US$ 1,0 trilhão, mas com o grau de investimento esse montante chegaria a US$ 20 trilhões.
“E é um investimento de muito mais qualidade. Existem grandes fundos ao redor do mundo que só podem ser alocados em quem tem grau de investimento. É um capital que fica”, detalhou Mercadante.
Ele lembrou que esse grau já havia sido atingido durante os dois primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que agora o País está melhorando sua nota nas agências de classificação de risco.
Lucro do BNDES ajudando nas contas públicas
O presidente do BNDES reforçou que não é o papel primordial de um banco público registrar lucro, mas que isso é importante e ajuda, também, no equilíbrio das contas públicas do país. Ele fez referência ao desempenho do BNDES no ano até aqui, já que o lucro do banco de desenvolvimento aumentou 31% em relação ao mesmo período de 2023.
“O lucro do BNDES protege o Tesouro Nacional e ajuda no equilíbrio das contas públicas e cumprimento do arcabouço fiscal”, frisou Mercadante.
Ele destacou o papel do banco no apoio ao setor exportador. Segundo ele, se um país quer ser competitivo, é preciso que o Estado “seja parceiro” do setor exportador, a exemplo do que faz a China.
Em relação ao país asiático, Mercadante reforçou ser importante para o Brasil tê-lo como “parceiro estratégico” na agenda econômica.