O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou nesta última segunda (11) as críticas de integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) ao pacote de ajuste fiscal elaborado pela equipe econômica. Ele disse que é “natural” que haja o debate, mas reiterou que as medidas em discussão são para o “bem dos trabalhadores”.
“Nós estamos vivendo numa democracia, felizmente, é natural que haja o debate. Nós estamos muito seguros do que nós estamos fazendo. É para o bem dos trabalhadores. Controlar a inflação é parte do nosso trabalho. Manter a atividade econômica é parte do nosso trabalho. É um equilíbrio. É um equilíbrio entre variáveis importantes para todos os brasileiros”, disse o ministro.
Haddad reiterou que a ideia é manter a sustentabilidade da economia brasileira. De acordo com o ministro,, a economia está crescendo “bem” neste momento, com a inflação controlada, apesar da ressalva em relação ao choque de oferta sobre alguns itens que, segundo ele, tem gerado preocupação. “Mas nós queremos crescer com baixa inflação e crescimento do salário”, disse.
Como mostrou o Estadão/Broadcast, enquanto a lista de medidas de contenção de gastos não é definida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliados dele no PT e em outros partidos da base aliada no Congresso torcem para que educação, saúde e assistência social não sofram cortes que possam machucar a imagem do partido após eleições municipais em que a esquerda já saiu enfraquecida. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), por exemplo, tem se manifestado contra a possibilidade de redução de despesas nessas áreas.
Haddad também disse que não teve tempo de acompanhar o debate sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) que prevê o fim da escala 6×1 (seis dias de trabalho, um de descanso). Embora não tenha conseguido assinaturas suficientes para iniciar a sua tramitação, a PEC já repercute entre parlamentares e nas redes sociais.