O Exército Brasileiro, que tem o General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva como o atual comandante, publicou uma nova Política de Ética Profissional e Liderança que deverá funcionar como um “código de ética” para os militares nos próximos três anos.
Segundo o documento, as novas regras foram publicadas em um “momento de profunda reflexão” do Exército sobre “os valores e princípios éticos e morais e sobre a liderança no âmbito” da corporação.
A política define uma série de diretrizes para orientar a conduta dos militares – de modo, segundo o texto, a reforçar a “respeitabilidade” da Força.
O código de ética foi publicado no Diário Oficial da União na última semana e revelado nesta última segunda-feira (4) pelo jornal O Estado de S. Paulo – o #Acesse Política também teve acesso aos documentos.
Entre os objetivos, segundo o material, estão:
- fortalecer, “em todos os escalões, o entendimento e a aplicação da ética profissional e da liderança militar”;
- preparar os militares para um “mundo eivado de ações precipitadas, de abordagem superficial, de visão imediatista e contextualizadas em ambiente informacional conturbado”;
- manter nos militares um “escudo contra desvios comportamentais que ofendam os valores da Instituição ou que indiquem a ambição e a vaidade pessoais adiante dos interesses da Força”;
- desenvolver “o pensamento crítico do militar […] para adequar-se ao ambiente virtual”;
- direcionar o uso correto das redes sociais, com ênfase no combate à desinformação.
As diretrizes têm validade até 2027 – um ano após as eleições presidenciais.
O texto não faz referência a governos e nem às eventuais manifestações políticas dos militares. Na última semana, o Exército indiciou três coronéis envolvidos na elaboração de uma carta golpista após a vitória de Lula nas eleições de 2022.
O código, no entanto, traz uma série de especificações para que os militares evitem disseminação de conteúdos falsos e estejam cientes sobre crimes virtuais.
“O ambiente digital, com sua velocidade e superficialidade, possui a capacidade de potencializar as limitações da liderança, dificultando a influência e o direcionamento de esforços para alcançar os objetivos institucionais”, diz o documento.
A orientação é que o “líder militar” conheça profundamente o contexto em que atua, cercando-se de assessores zelosos que não sejam “meros repetidores de opiniões alheias, amplamente disseminadas nas redes sociais”, segue a publicação.