Ao menos 62 pessoas morreram nas inundações repentinas que atingiram a região de Valência, no leste da Espanha. Vários corpos foram localizados pelo serviço de emergência do país, depois que chuvas torrenciais provocaram as enchentes, informou o chefe do governo regional.
A expectativa é que o número de vítimas aumente, já que os socorristas ainda tentam localizar desaparecidos. Segundo o jornal El País, há “dezenas” de pessoas cujo paradeiro é desconhecido. Além de deixar mortos e feridos, a enxurrada destruiu casas e centros comerciais e fez com que carros se amontoassem nas ruas.
Veja imagens das inundações no Leste da Espanha
Na manhã desta quarta-feira, as autoridades regionais divulgaram um primeiro balanço provisório do número de vítimas das enchentes.
Inundações repentinas na Espanha deixam dezenas de mortos
— Podemos confirmar que foram encontrados alguns corpos — declarou Carlos Mazón, presidente do governo regional de Valência. Ele acrescentou que as autoridades não podem dar mais detalhes até que as famílias das vítimas sejam informadas.
Fortes chuvas caíram nesta terça-feira em grande parte do leste e do sul da Espanha, onde foram registradas inundações que causaram interrupções no transporte ferroviário e aéreo, e deixaram ao menos sete pessoas desaparecidas.
A área de Valência costuma ter cerca de 77 mm de chuva no mês de outubro. Dados de serviços meteorológicos da Europa apontam, no entanto, que só a localidade de Chiva, a leste de Valência, registrou 320 mm de precipitações em quatro horas. As chuvas também atingiram as cidades de Múrcia e Málaga.
As águas turvas invadiram as ruas do município de Letur, na província de Albacete (leste), arrastando automóveis, segundo imagens exibidas pela televisão espanhola.
Os serviços de emergência estavam em busca de seis pessoas desaparecidas, segundo declarou a delegada do governo central na região de Castilla-La Mancha, Milagros Tolón, à emissora pública TVE.
— O problema mais importante é encontrar essas pessoas que estão desaparecidas — assegurou.
A polícia do município de L’Alcudia, na região de Valência (leste), indicou que também está procurando um caminhoneiro desaparecido desde o início da tarde.
‘A ajuda vai chegar’
Mazón garantiu que os socorristas estão lutando para chegar às pessoas presas pelas inundações.
— As pessoas que estão agora mesmo paradas ou bloqueadas, saibam que a ajuda vai chegar e que, se não tiverem chegado, não é por falta de meios, nem por falta de predisposição, nem por falta de capacidade. Conseguir acesso ainda é um problema — explicou.
O governo central espanhol anunciou que formou um comitê de crise que se reuniu na noite de terça-feira para avaliar as respostas à tempestade.
“Estou acompanhando de perto e com preocupação as informações sobre as pessoas desaparecidas e os danos causados” pela tempestade, escreveu no X o presidente de Governo, Pedro Sánchez, instando a população a seguir os conselhos das autoridades
Doze voos que deveriam aterrissar no aeroporto de Valência foram desviados devido à intensa chuva e aos fortes ventos, informou o operador aeroportuário espanhol Aena. Outros 10 que deveriam sair ou chegar ao aeroporto foram cancelados.
O operador nacional de infraestruturas ferroviárias Adif anunciou a suspensão do serviço de trens na região de Valência “até que a situação se normalize”.
Na região da Andaluzia, no sul, um trem de alta velocidade com 276 passageiros descarrilou, embora não tenha havido feridos, indicou o governo regional.
A agência meteorológica estatal AEMET declarou alerta vermelho na região de Valência e o segundo nível de alerta em partes da Andaluzia. Em ambas as regiões, há estradas bloqueadas pelas inundações.
Cientistas alertam que fenômenos meteorológicos extremos, como ondas de calor e tempestades, estão se tornando cada vez mais intensos devido às mudanças climáticas.