“Polícia prende, justiça solta”. Segundo reportagem de Bruno Wendel, do jornal Correio, esta crítica é muito comum entre os baianos quando o assunto é audiência de custódia, ato que determina que todo preso em flagrante deve ser apresentado a um juiz para avaliar a necessidade da manutenção da prisão. Dados da Defensoria Pública do Estado, divulgados neste mês, entre os 2.898 casos analisados, a decisão mais comum foi a concessão de liberdade provisória, 57,80% do total, ou seja, 1.675 casos.
Já a decretação de prisão preventiva foi aplicada em 35,99%, correspondendo a 1.043 ocorrências. Em seguida, a prisão relaxada foi registrada em 5,04% dos casos (146), enquanto a domiciliar foi de 0,24% (7).
Em maio deste ano, um traficante, que tinha matado uma pessoa e depois atropelado PMs na Avenida Joana Angélica, foi solto numa dessas audiências, situação que causou revolta aos militares, que pedem um Judiciário mais rigoroso, a fim de evitar a liberdade a quem põe risco à sociedade e o sentimento de que o crime compensa.