Com abstenção elevada, o segundo turno das eleições municipais deste ano se aproximou dos índices registrados em 2020 – quando o pleito ocorreu em meio à pandemia de Covid-19. Em São Paulo, a maior cidade do país, a ausência dos eleitores superou as previsões, consolidando um novo recorde de não comparecimento às urnas desde o início da série histórica, em 1996. Outras capitais, como Porto Alegre e Belo Horizonte, também alcançaram seus maiores índices de ausência.
Uma das principais preocupações dos candidatos que disputaram o segundo turno das eleições municipais neste domingo, a abstenção foi de 29,26% – segundo dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 99,8% das urnas apuradas. O número supera o que foi registrado do primeiro turno, quando 21,7% dos eleitores não compareceu às urnas.
A abstenção do segundo turno foi a segunda maior desde 1996, ficando atrás apenas do segundo turno de 2020, nas eleições que foram marcadas pela pandemia de covid-19. Esse indicador é definido pelo TSE como a não participação do eleitor no ato de votar. Assim, o termo se refere ao cidadão não comparecer às urnas.
Em 2020, o total de brasileiros que não votaram atingiu 23,15% no primeiro turno e 29,53% no segundo turno.
São Paulo e Porto Alegre
A capital paulista bateu o recorde de abstenção neste segundo turno desde o início da série histórica, em 1996. A ausência de eleitores chegou a 31,54%, maior do que os 27,34% da primeira etapa da votação. O número de hoje supera o do segundo turno de 2020, que era o recorde até então: 30,81%.
Entre as capitais, Porto Alegre, que já havia liderado a taxa de abstenção no primeiro turno, com 31,5%, superou a marca neste domingo, com 34,83%, também o número mais alto para a cidade desde 1996.
Belo Horizonte
A capital mineira já tinha alcançado no primeiro turno seu recorde de abstenção histórico, com 29,5%, índice que saltou para 31,95% neste domingo. Até então, o não comparecimento mais elevado havia sido atingido no primeiro turno de 2020, com 28,3% — a cidade não teve segundo turno há quatro anos.
Fortaleza
O quadro foi diferente em Fortaleza, capital do Ceará, estado que havia registrado a menor abstenção do país no primeiro turno, quando 15% dos eleitores não foram votar. Com uma eleição acirrada, vencida por Evandro Leitão (PT), a taxa também ficou bem abaixo da média nacional neste domingo: 15,84%. Os índices foram inferiores até à taxa de abstenção das eleições de 2016, algo que foge da curva da maioria das capitais, que têm registrado índices maiores de não comparecimento em relação ao período pré-pandemia.
O índice de abstenção eleitoral é calculado como o percentual de eleitores que, tendo direito, não se apresentam às urnas. É diferente dos casos em que o eleitor, apresentando-se, vota em branco ou anula o voto.