quarta-feira 4 de dezembro de 2024
Tragédia ocorreu em novembro de 2015, quando a barragem da Samarco se rompeu e liberou uma avalanche de rejeitos que escoou pela Bacia do Rio Doce - Foto: Divulgação/Gov. Federal/Arquivo
Home / DESTAQUE / Vale amplia alta na bolsa após acordo sobre rompimento da barragem em Mariana
sexta-feira 25 de outubro de 2024 às 12:10h

Vale amplia alta na bolsa após acordo sobre rompimento da barragem em Mariana

DESTAQUE, NOTÍCIAS


Após dois anos e meio de negociações, a Vale (VALE3) e a BHP Billiton chegaram a um acordo com o governo federal sobre o rompimento da barragem da Samarco em Mariana no estado de Minas Gerais, em 5 novembro de 2015. O acordo envolve o pagamento total de aproximadamente R$ 170 bilhões para reparar os danos causados pelo desastre, incluindo indenizações individuais.

Após o anúncio do acordo, segundo reportagem de Rebecca Crepaldi, da Exame, as ações, que já valorizavam 1,7%, ampliaram a alta e passaram a subir 2,7% — mas entraram em leilão por volta das 12h10.

O documento foi assinado ainda de acordo com a revista, nesta manhã em um evento que contou com a presença do presidente Lula da Silva (PT), as mineradoras, ministros, representantes dos estados de Minas Gerais, Espírito Santos, municípios e população.

Segundo fato relevante divulgado pela mineradora, os compromissos financeiros foram divididos em três grandes frentes:

  • R$ 100 bilhões a serem pagos em parcelas ao longo de 20 anos, direcionados ao governo federal, aos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, além dos 49 municípios atingidos, e incluem as indenizações individuais;
  • R$ 32 bilhões em obrigações a fazer que são de responsabilidade da Samarco, incluindo projetos de reassentamento para quem perdeu suas moradias e iniciativas de recuperação ambiental para restaurar o ecossistema prejudicado.
  • R$ 38 bilhões já investidos pela Vale em medidas compensatórias, voltadas à reparação dos danos causados;

Pelo documento final, as empresas e autoridades terão responsabilidades conjuntas em projetos de recuperação social, ambiental e econômica nas regiões afetadas. A Samarco, que pertence à BHP e à Vale, e que operava a barragem que se rompeu, será responsável pelo pagamento das indenizações diretamente às vítimas.

Um dia antes da assinatura do acordo, uma reunião de última hora entre Lula e seus ministros resultou no aumento de R$ 30 mil para R$ 35 mil no valor das indenizações. Para pescadores e agricultores, a indenização será de R$ 95 mil. A expectativa é de que, no final dos 20 anos, o acordo encerre mais de 180 mil ações judiciais relacionadas ao desastre.

Já o montante que irá para os cofres públicos, os recursos serão aplicados desde projetos de saneamento e rodovias, até a constituição do Fundo Popular da Bacia do Rio Doce. O acordo também inclui investimentos em programas de saúde, meio ambiente e estímulo econômico nas regiões impactadas.

Um ponto importante e bastante discutido nas negociações foi a necessidade de retirar cerca de 9 milhões de metros cúbicos de rejeitos que ainda estão no Rio Doce. Esses sedimentos impedem a operação completa da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, localizada em Minas Gerais, e, com o novo acordo, a remoção desses rejeitos será realizada.

Em 2022, as negociações chegaram a ser interrompidas quando as empresas responsáveis pelo desastre ofereceram R$ 42 bilhões, mas o governo exigia R$ 126 bilhões em novos recursos. As empresas argumentaram que o Rio Doce já havia recuperado parte de sua qualidade e que remover os sedimentos poderia causar novos impactos ambientais. Mesmo assim, o governo federal insistiu em um valor mais alto para garantir uma reparação completa.

Veja também

Flávio Bolsonaro diz que corte internacional pode ser ‘caminho’ caso pai seja denunciado por tentativa de golpe

O senador Flávio Bolsonaro afirmou que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pode recorrer …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!