A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública assinaram um acordo de cooperação técnica para produzir um mapa sobre a presença das organizações criminosas no País. O levantamento vai além da identificação dos locais de atuação das 88 facções já listadas, conforme dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça. O objetivo é mensurar o tamanho e a força desses grupos em cada unidade da federação, bem como apontar os negócios desenvolvidos.
“Quando falamos que há mais de 80 facções o que isso significa? Onde elas têm hegemonia, o que controlam? Dominam a economia local? O que vamos fazer não é a mesma coisa que inteligência policial. Isso cabe às forças de segurança. Vamos usar a estrutura de produção de dados do Fórum e da Abin, cruzá-los, entrevistar gestores, policiais e todos que estão se dedicando à análise do tema para qualificar a informação, e poder ajudar na formulação de políticas públicas”, afirmou à Coluna do Estadão o presidente do Fórum, Renato Sérgio de Lima.
Por lei a Abin é responsável por produção de inteligência estratégica que subsidie o Estado brasileiro na formulação e implementação de políticas públicas. O trabalho das facções, por exemplo, na comercialização de combustíveis, na extração ilegal de minérios e em outros ilícitos ambientais está no foco do levantamento.
O acordo de cooperação técnica foi assinado nessa segunda-feira (22) pelo diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, e o presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.