O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), negou nesta terça-feira que tenha feito algum acordo com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou com seu partido para montar o secretariado em um eventual segundo mandato na cidade.
— Falei com todos os partidos que me apoiam. Não fiz acordo por secretaria com nenhum. A escolha será minha, porque eu que serei cobrado. A Secretaria de Educação vai ter alguém ligado a mim. O presidente Bolsonaro nunca me pediu nenhuma indicação para secretário. Não vou abrir mão de forma nenhuma. O Bolsonaro não me pediu absolutamente nada em relação a isso — declarou em sabatina do ‘Estúdio i’, da GloboNews.
Na entrevista, conduzida pelos jornalistas Andréia Sadi, Octavio Guedes e Mônica Waldvogel, o candidato disse não temer perder eleitores que rejeitam uma “extrema direita” por conta de sua aproximação com Bolsonaro, a quem destacou pela “ajuda” para construir o apoio do PL à sua candidatura. Afirmou que “todo munto já está um pouco saturado dessa coisa de direita e de esquerda” na cidade.
Nunes fez diversos elogios e agradecimentos a Tarcísio de Freitas (Republicanos) por conta do empenho do governador em sua campanha. Também exaltou Mello Araújo (PL) e disse que o vice em sua chapa é “muito preparado”, embora pontuando que pretende cumprir seus quatro anos de mandato caso seja reeleito.
Perguntado sobre os recentes acenos ao eleitorado de Pablo Marçal (PRTB), o terceiro colocado no primeiro turno, Nunes disse que o ex-coach foi quem “‘teve mais competência” para dialogar com os empreendedores e autônomos na cidade, público que agora pretende atrair. O emedebista reconheceu que há problemas de comunicação em sua campanha:
— Poder comunicar com as pessoas é algo que eu estou aprendendo. Se você pegar todos os candidatos, quem tinha mais dificuldade de se comunicar? Era eu. Eu tenho um jeito um pouco mais tímido.
O prefeito defendeu as chamadas emendas impositivas, que obrigam a prefeitura a liberar recursos conforme indicações feitas pelos vereadores, e destacou o fato de ter conseguido eleger a maioria dos integrantes do Legislativo municipal, sugerindo que seu adversário, Guilherme Boulos (PSOL), terá dificuldades caso venha a ser eleito no domingo.
Nunes voltou a defender uma intervenção federal na Enel, responsável pela distribuição de energia na cidade, e a caducidade do contrato de concessão com a empresa. Rebateu críticas sobre as podas de árvores feitas pela sua gestão e reclamou de uma alegada falta de mecanismos que possibilitem à prefeitura tomar providências contra a distribuidora.
— O problema da Enel é a falta de investimento. Não dá mais para pôr a culpa na árvore — afirmou.